Caso Joca: TV mostra fotos de caixa que transportava cão solta em avião

Imagens inéditas da caixa de transporte do cão Joca, aparentemente solta no porão de avião, foram exibidas nesta quinta-feira (13) pelo Jornal Nacional, da TV Globo. O animal morreu enquanto era transportado pela companhia aérea Gol, no dia 22 de abril.

O que aconteceu

Fotos foram feitas por uma testemunha que trabalha no aeroporto de Fortaleza (CE). Segundo a emissora, o rapaz —que trabalha em uma empresa terceirizada— contou em depoimento à polícia que percebeu que havia algo de errado ao notar que a caixa de transporte do cachorro estava solta.

Funcionário pegou o celular e registrou imagens da caixa no momento em que o avião da Gol pousou no Ceará. Naquele instante, Joca estava calmo, segundo ele teria relatado na oitiva. As imagens fazem parte do inquérito que investiga a morte do cachorro.

Joca morreu no dia 22 de abril, durante uma falha no transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia aérea Gol. Da raça golden retriever, ele deveria ser levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) para Sinop (MT), onde seu tutor o aguardava, mas foi parar em Fortaleza. Após a constatação do erro no destino, ele retornou a Guarulhos, mas chegou morto.

"Foi um choque muito grande para mim", disse o tutor de Joca ao Jornal Nacional. "Cada dia é uma surpresa e parece que isso não vai acabar nunca (...) Saber agora que ele foi solto, eu não estou conseguindo nem alinhar os meus pensamentos. Só em relação ao quanto o Joca sofreu ali", declarou João Fantazzini sobre as imagens registradas pela testemunha.

"As informações que eu obtive, é que ele tem que passar uma fita para proteger, para não se movimentar", destacou o advogado do tutor. Ele pode ter ficado estressado. Porque lá ele chegou vivo, três horas e meia de viagem. Nós não sabemos se ele voltou amarrado. Nós vamos cobrar justiça", afirmou Marcello Primo Muccio, ao Jornal Nacional.

Manifestações pelo país

Tutores de animais e integrantes de ONGs fizeram manifestações em aeroportos do país em homenagem a Joca. Eles levaram seus cães para as manifestações em saguões dos aeroportos. A maioria dos pets nos protestos era da mesma raça do cão Joca.

No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, se concentraram em frente ao guichê da Gol. Eles homenagearam Joca e pediram justiça. João, tutor do cão Joca, participou do ato.

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Em Brasília, o ato ocorreu no aeroporto Juscelino Kubitschek. No aeroporto Santos Dumont, no Rio, os manifestantes gritavam por "justiça". Eles levavam faixas e cartazes com a frase: "Não somos bagagem. Somos o amor da vida de alguém". Houve protesto também em aeroportos de Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Bahia e Santa Catarina.

Investigações

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo ressaltou que a polícia "segue ouvindo os responsáveis pela logística". "E analisa imagens visando identificar o responsável pela morte do animal e elucidar os fatos. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia ao trabalho policial".

Além da investigação policial, órgãos também abriram procedimentos sobre o caso. O Ministério de Portos e Aeroportos e a Anac (Agência Nacional de Avião Civil) vão apurar os motivos que levaram à morte do cachorro.

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, notificou a Gol para prestar esclarecimentos.

O que diz a Gol

A Gol admitiu que houve "uma falha operacional" no transporte do animal e disse lamentar o ocorrido. A empresa também afirmou que o cão recebeu cuidados, mas, "infelizmente, logo após o pouso do voo em Guarulhos, vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal".

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A empresa também disse que instaurou sindicância interna para apurar o caso. "A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação".

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