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Sem provas, motorista que atirou em carro diz: 'Ali não tem santinho, não'

O motorista Adriano Domingues da Costa, que foi gravado atirando em contra o carro de um casal em Boituva (SP), afirmou, sem provas, que "ali não tem santinho, não", se referindo à dupla que estava no automóvel alvo dos disparos. Deu a declaração após chegar na delegacia nesta quarta-feira (19).

O que aconteceu

"Ali não tem santinho, não. Eles quase mataram a minha família. Dois lunáticos", disse o empresário. A resposta foi dita a jornalistas que perguntaram se tinha alguma declaração sobre o caso. A fala de Adriano foi veiculada pela Jovem Pan News. A prisão dele será oficializada na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Itapetininga.

Apesar da declaração, Adriano não apresentou provas de que o casal teria tentado matar a família dele antes dos disparos. Em entrevista coletiva na terça-feira (18), o delegado Alexandre Silva Cassola, responsável pelo caso, disse que o carro e a arma — que tinha numeração raspada — apreendidos já foram submetidas à perícia. O empresário não possuía nem porte, tampouco registro da arma, ainda conforme o delegado.

Empresário preso chegou no banco de trás de uma viatura da polícia. Ele estava acompanhado do advogado Luiz Carlos Tucho de Souza e Castro.

Nesta semana, o casal negou que perseguiu Adriano e que estivesse com uma arma no automóvel deles. Gabrielle Gimenez e William Isidoro disseram que a confusão ocorreu após o empresário bater, em alta velocidade, na lateral do carro deles. Gabrielle explicou que ela e o companheiro pediram para o empresário parar no acostamento, e ele já "desceu armado e dando coronhadas no carro".

Casal comemora a prisão do motorista. Em publicações nas redes sociais, Gabrielle e William escreveram que a Justiça "está sendo e será" feita. A reportagem tenta o contato, via redes sociais, com o casal. O texto será atualizado tão logo haja manifestação.

A prisão

Adriano tinha mandado de prisão temporária aberto contra ele. O empresário havia deixado o estado de São Paulo há alguns dias, mas retornou e foi localizado na tarde de hoje.

Carro no qual ele estava foi interceptado pela PM. Policiais pararam o veículo no município de Alumínio, a 90 km de Itapetininga, quando estava a caminho da delegacia, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

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Defesa nega detenção. Mesmo com a confirmação oficial da polícia, a defesa de Adriano negou que ele tenha sido detido e afirmou que ele apenas foi "abordado" pela PM.

Pedido de habeas corpus foi negado. A defesa de Adriano pediu que o decreto de prisão temporária contra ele fosse anulado, mas a Justiça manteve a determinação para prisão.

Advogado de Costa nega que o cliente tenha cometido uma tentativa de homicídio, como registrado pela polícia. "O vidro era blindado e quem é da área sabe que estamos diante de um crime impossível para a finalidade homicida", afirmou Luiz Carlos Tucho de Souza e Castro ao UOL no domingo (16).

Briga começou após colisão

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De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, um casal estava em um veículo quando sofreu uma ultrapassagem de outro carro, momento em que houve uma colisão. O caso ocorreu na altura do quilômetro 110 da Rodovia Castello Branco.

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Nas imagens, é possível ver o casal, identificado como Gabrielle Gimenez e William Isidoro, discutindo com o autor dos disparos. No vídeo, o empresário Adriano Domingues da Costa, que dirigia uma caminhonete, grita com o casal sobre o acidente, segurando uma arma, e retorna ao carro. Uma mulher que acompanhava Adriano é questionada se ela era policial e se o empresário estava com a arma dela, e confirma — no entanto, não há nenhuma comprovação de que ela realmente seja uma agente.

Após a discussão inicial, o homem se reaproxima do carro do casal. Ele pede para os ocupantes do veículo abaixarem o vidro da janela e, após negativa do casal, começa a disparar. Ainda segundo a SSP, o para-brisa do carro — que é blindado — e o farol dianteiro foram atingidos pelos tiros.

No momento dos disparos, a vítima estava em contato com a Polícia Militar. É possível ouvir, pela chamada telefônica, que o agente da PM pede que o casal não abaixe o vidro.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio. O boletim de ocorrência foi feito na delegacia de Boituva e as investigações estão a cargo da Polícia Civil na Delegacia de Investigações Gerais de Itapetininga.

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