As impressionantes imagens do fogo no Pantanal, o maior já registrado
O governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência na segunda-feira (24), devido aos incêndios que já consumiram cerca de 600 mil hectares no Pantanal somente neste ano.
O mês de junho ficou marcado pela intensidade das queimadas que destruíram mais uma parte do bioma. No primeiro semestre, a região teve a maior quantidade de focos de incêndio desde 1988, quando o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) começou a monitorar queimadas no Brasil.
Foram 3.262 focos entre 1º de janeiro e 23 de junho, 22 vezes o número registrado no mesmo período de 2023. Corumbá, em Mato Grosso do Sul, concentra a maior parte dos incêndios, com 1.291 focos. No Cerrado, já são 12.097 focos de incêndio desde o começo do ano, um aumento de 32% em relação ao ano passado.
Confira imagens da destruição
A maioria dos incêndios no Pantanal, Cerrado e Amazônia em períodos de seca e ondas de calor são criminosos, afirmou o cientista e colunista do UOL Carlos Nobre durante participação no UOL News 2ª Edição de ontem.
O especialista destacou que o INPE tem um sistema que detecta descargas elétricas, raios e outros possíveis "gatilhos" naturais de queimadas. O número de interferências captadas foi muito pequeno em relação à destruição.
"O INPE mediu na primeira quinzena de junho 50 descargas elétricas no Pantanal, [um] nada. Houve mais de 1.300 incêndios no Pantanal nesse período. Infelizmente, acima de 95% dos incêndios que estamos vendo no Pantanal, Cerrado e Amazônia são humanos", concluiu.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, também responsabilizou os "problemas" climáticos e a "ação humana" pelas queimadas.
Temos um esgarçamento de um problema climático que vocês viram acontecer com chuvas no Rio Grande do Sul, e que nós sabíamos que iria acontecer com seca, envolvendo a Amazônia e o Pantanal. Agora, nós temos uma ação de pessoas que usam a queima controlada do fogo.
Marina Silva
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