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Defesa de Lessa pede que Moraes reveja monitoramento de conversas

A defesa de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes, pediu, nesta sexta-feira (5), que o ministro Alexandre de Moraes reveja a decisão sobre o monitoramento de todas as comunicações do ex-policial.

O que aconteceu

No pedido, o advogado Saulo Carvalho argumenta que a decisão viola o estatuto dos advogados. O monitoramento também incluiria as conversas entre Lessa e a defesa.

A OAB já havia se manifestado contra a determinação do ministro do STF em 19 de junho. Para a entidade, o monitoramento de diálogos entre advogados e clientes presos compromete a ampla defesa e ofende o sigilo profissional. "A ampla defesa não se faz presente quando desrespeitada a inviolabilidade das conversas entre advogados e presos, sendo inadmissível num Estado Democrático de Direito que garantias não sejam observadas em nome de uma maior eficácia da repressão".

Conselho Federal da OAB enviou petição a Moraes pedindo que a medida seja revista. "Requer-se seja recebido este pedido, reconhecendo-se a legitimidade deste Conselho Federal para a manifestação, acolhendo-a, para o fim de garantir as prerrogativas da advocacia no caso concreto, modificando a decisão exarada no ponto em que determinou o monitoramento das comunicações do custodiado Ronnie Lessa em relação ao atendimento advocatício".

Monitoramento permanente

Pela decisão, Ronnie Lessa deve ser mantido sob monitoramento permanente de áudio e vídeo. O monitoramento deve acontecer no parlatório, onde ocorrem as visitas, e nas áreas comuns do presídio, "em razão das peculiaridades do caso concreto".

Mês passado, Moraes também autorizou a transferência do ex-policial do presídio federal em Campo Grande (MS) para Tremembé, em São Paulo. O ex-policial chegou à unidade no dia 20.

O monitoramento valeria, inclusive, para os "momentos de visita de familiares e de atendimento advocatício". O ministro diz que a medida é permitida pela legislação e que se justifica "em razão das peculiaridades do caso concreto".

PCC x Ronnie Lessa

O PCC teria encomendado a morte do ex-policial Ronnie Lessa. A informação está em ofício encaminhado ao STF pelo sindicato que representa os policiais penais de São Paulo no dia em que ele chegou em Tremembé.

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Sindicato solicita reavaliação da transferência. Segundo o Sifuspesp, clima é de tensão no presídio. Documento também foi encaminhado para a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), para a desembargadora Ivana David e para o promotor Linkoln Gakiya, especialistas em investigações envolvendo o PCC.

Denúncia indica que facção paulista teria decretado o assassinato de Ronnie Lessa. Motivação do crime seria pelo fato de o assassino confesso de Marielle ser ex-PM e ligado à milícia, o que o torna inimigo do PCC.

Unidade pode enfrentar escalada de violência e possível rebelião, indica ofício. O documento destaca que o clima na P1 de Tremembé está tenso, com relatos de que a unidade pode enfrentar uma escalada de violência e uma possível rebelião.

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