Conteúdo publicado há 1 mês

Voepass não descarta sensibilidade ao gelo após avião cair em Vinhedo (SP)

A companhia aérea Voepass, responsável pelo avião que caiu em Vinhedo (SP), nesta sexta-feira (9), não descartou a sensibilidade ao gelo como hipótese de causa do acidente, mas garantiu que o sistema de degelo funcionava normalmente no momento do voo.

O que aconteceu

Declaração foi feita por Marcel Moura, diretor de Operações da companhia, durante coletiva de imprensa. "O ATR tem algumas características de voo. Ela [a aeronave] tem um pouco maior a sensibilidade de gelo. Ela não é descartada, assim como também nenhuma hipótese é descartada neste momento. O avião é sensível a gelo. É um ponto de partida, mas ainda é muito precoce para dizer em relação ao evento. "

Essa aeronave voa numa faixa onde tem sensibilidade maior ao gelo, maior formação ao gelo. E, na nossa despachabilidade, avaliamos as condições de gelo no local onde vai voar, na altitude onde vai voar. E hoje era previsto gelo, mas dentro das características aceitáveis para o voo. Tecnicamente, totalmente suportável, despachável. [O avião] estava 100% operacional no momento da decolagem Marcel Moura, diretor de Operações da Voepass

A companhia confirmou que a aeronave estava com situação regular e passou por manutenção de rotina na noite anterior, em sua base, em Ribeirão Preto (SP).

O local onde houve a queda do avião tinha um alerta para "formação severa de gelo". Um possível acúmulo de camadas de gelo sobre as asas pode mudar a curvatura delas. Assim, há perda de sustentação.

Durante a coletiva, o CEO da Voepass, Eduardo Busch, ressaltou a experiência da tripulação. O comandante Danilo Santos Romano, tinha 5.202 horas de voo, e o copiloto Humberto Campos de Alencar, 5.100 horas.

O executivo também foi questionado sobre a saúde financeira da companhia. "A situação econômica da companhia é boa. Estamos num momento muito bom, de crescimento das operações, de expansão. O que aconteceu foi uma grande fatalidade."

A Voepass tem enfrentado um pico no número de reclamações. Segundo relatório da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ao qual a Folha teve acesso, a cada cem mil passageiros da Voepass, 67,40 estão se queixando —uma alta em relação à taxa média de 2023, de 38,59.

Avião decolou às 11h50 e pousaria às 13h45, segundo o FlightAware. O modelo ATR 72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha capacidade para 68 passageiros.

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Aeronave despencou quase 4 mil metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

Aeroporto de Cascavel está em contato com famílias de possíveis vítimas. Em nota, o Aeroporto Regional de Cascavel informou que a Voepass é o único órgão que tem informações oficiais sobre o caso. Já a companhia disse ter acionado todos os meios para apoiar os envolvidos e que "não há confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo".

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Casas foram atingidas após a queda do avião da Voepass. A informação foi confirmada pela Defesa Civil de São Paulo, que enviou uma equipe ao local. O Corpo de Bombeiros mandou sete equipes e confirmou que a queda ocorreu na rua João Edueta. Em imagens gravadas por moradores da região do Distrito Industrial, é possível ver o momento em que a aeronave despenca (veja acima).

Familiares podem falar com a companhia aérea por telefone. A Voepass disponibilizou o número 0800 9419712 para dar informações a parentes de passageiros ou colaboradores. O serviço funciona ininterruptamente, segundo a companhia.

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