Conteúdo publicado há 3 meses

'Minha única filha queimando ali', diz mãe de vítima de acidente aéreo

Maria de Fátima Albuquerque, mãe de médica Arianne Albuquerque Risso, uma das 62 vítimas da queda de um avião em Vinhedo (SP), descobriu que a filha estava no voo após uma ligação do genro.

O que aconteceu

Fátima estava em casa, em Fortaleza, quando viu os vídeos do avião caindo. Ela conta que naquele momento não sabia que a filha estava na aeronave, mas pensou na situação das vítimas e das famílias que seriam afetadas pela tragédia.

Na hora, eu disse: 'Meu Deus, ali vão pessoas e elas estão sabendo que elas irão morrer, porque foi muito lenta [a queda do avião]. Depois, começou a pegar fogo. Vi aquele fogo e falei: 'Meu senhor, ali são vidas. Ali tem pais, tem mães que vão perder seus filhos'.
Maria de Fátima Albuquerque, ao UOL

Apesar de ver que a aeronave tinha saído de Cascavel (PR), onde a filha morava, ela não se preocupou, pois não sabia que Arianne viajaria. "Quando eu vi a ligação do meu genro, eu falei: 'Minha filha está lá", recorda. Corpo da médica foi identificado e será velado em Fernandópolis, no interior de São Paulo.

"Por que não fazer força-tarefa para evitar tragédias?", questiona mãe. No ponto de vista de Maria de Fátima, o caso "foi uma tragédia anunciada". Para ela, houve omissão. A polícia ainda analisa os áudios da caixa-preta e investiga o que causou o acidente.

"Transformar dor em força". A mulher contou que decidiu falar sobre a morte da filha para que o caso repercuta e para que situações do tipo não voltem a ocorrer. "Se a gente conseguir que uma mãe neste país não passe pela dor que eu vou passar pelo resto da minha vida, já vou honrar o nome da minha filha", afirma Fátima.

Arianne decidiu ser médica na infância. Ela estudou até o ensino médio em Fortaleza e decidiu se mudar para Florianópolis para fazer faculdade perto do pai, que mora no Paraná.

Após formada, ela decidiu se especializar em oncologia. A jovem estava a caminho de um congresso da área quando a aeronave caiu.

Na hora, eu só gritava, eu só sai quebrando tudo na minha casa. O que eu vou fazer? Minha filha queimando ali. Minha única filha queimando. É a pior dor do mundo.
Maria de Fátima Albuquerque, ao UOL

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