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Fumaça encobre céu de Porto Velho, que tem pior qualidade do ar no Brasil

A fumaça das queimadas na Amazônia encobriu o céu de Porto Velho, que hoje é a cidade com a pior qualidade do ar no Brasil, segundo monitoramento feito pela empresa suíça IQAir. Dados do governo indicam que este é pior início de temporada de incêndios florestais na região em 20 anos.

O que aconteceu

Ar de Porto Velho está em nível considerado 'perigoso'. A capital de Rondônia tem índice de qualidade do ar de 430, de acordo com a medição mais recente da IQAir. É, de longe, a cidade mais poluída do Brasil atualmente, à frente de São Paulo (90) e Recife (73), que aparecem em seguida. A classificação varia entre "bom", "moderado", "insalubre para grupos sensíveis", "insalubre", "muito insalubre" e "perigoso".

Fumaça obrigou voos a desviarem para Manaus. Ao todo, quatro voos foram desviados e pousaram na capital amazonense, segundo a GloboNews. O UOL pediu mais informações à concessionária VINCI Airports, que administra o Aeroporto Internacional de Porto Velho, e ainda aguarda retorno.

Estado teve quase 4.000 focos de incêndio no ano. Dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que, de 1º de janeiro a 15 de agosto, foram registrados 3.858 focos de incêndio em Rondônia — mais da metade dos pouco mais de 7.400 anotados em todo o ano passado. "Cada dia tem mais fumaça em Porto Velho", escreveu uma moradora no X (antigo Twitter).

Manaus também sofre

Uso de máscara foi recomendado na capital amazonense. A orientação da Fiocruz Amazônia vale especialmente para pessoas com comorbidades ou problemas respiratórios. Entre junho e novembro do ano passado, o Amazonas sofreu uma seca histórica, que propiciou o aumento dos incêndios florestais na região e levou Manaus a ficar vários dias encoberta por uma nuvem tóxica.

Incêndios na Amazônia dobraram em 2024 e bateram recorde. Até quarta-feira (14), 39.311 queimadas haviam sido contabilizadas, mais que o dobro do registrado nos mesmos meses de 2023 (18.990), segundo monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O fogo atingiu a maior área desde 2004, consumindo mais de 26 mil km² no período — equivalente ao tamanho de Ruanda, na África.

Expectativa é de que as condições na região piorem. Os incêndios na Amazônia normalmente atingem o pico em agosto e setembro, antes da chegada das chuvas sazonais.

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O que mais preocupa este ano em relação aos anos anteriores é que não se sabe ao certo se o que acontece [agora] é simplesmente uma antecipação do período crítico ou se neste ano teremos um período mais longo de exposição à fumaça tóxica, já que o pico da poluição em 2023 foi em outubro. (...) Seria algo inusitado e extremamente preocupante.
Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz Amazônia

(Com AFP e Reuters)

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