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Carrões e postura da escolta de Gritzbach motivaram denúncia à Corregedoria

A investigação contra policiais militares que faziam a escolta do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, morto a tiros em um ataque no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8), começou depois de um policial militar denunciar os agentes à Corregedoria da corporação. Os PMs já eram investigados há um mês.

O que aconteceu

Carros dos modelos Amarok e Trailblazer da escolta chamaram atenção quando Gritzbach chegou para ser foi ouvido em audiência de instrução no Fórum Criminal da Barra Funda. Além disso, a postura dos seguranças que escoltavam o empresário gerou suspeita de um policial militar que trabalha para o Tribunal de Justiça, disse o secretário da segurança pública, Guilherme Derrite. Os mesmos veículos foram usados pelos seguranças de Gritzbach no dia do assassinato no aeroporto.

O PM tirou foto da situação e apresentou uma denúncia na Corregedoria da Polícia Militar. No registro, ele afirma que os acompanhantes poderiam ser policiais militares em razão da postura adotada ao lado do empresário e informou que o homem escoltado era réu por duplo homicídio e acusado de lavar dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Após saber da denúncia, a Corregedoria abriu um IPM (Inquérito Policial Militar). O corregedor da PM de São Paulo, coronel Fabio Sérgio do Amaral, pediu sigilo no caso ao Tribunal de Justiça Militar . "A portaria desse IPM nem menciona os nomes dos investigados", afirmou Derrite, em entrevista coletiva na segunda-feira (11).

Graças a atitude deste policial militar e da Corregedoria, esse IPM foi instaurado e não tem só esses policiais militares [da escolta de Gritzbach]. Tem outros policiais militares sendo investigados. Nós não permitiremos que policiais militares tenham desvio de conduta, ainda mais envolvidos com indivíduo que fazia lavagem de dinheiro para o crime organizado.
Guilherme Derrite, secretário da segurança pública

Oito policiais militares foram afastados. O secretário disse ser difícil apontar neste momento a conduta de cada um dos agentes no caso. Ele explicou que quatro PMs faziam a segurança de Gritzbach no dia do crime, mas que os outros agentes trabalhavam para o empresário e que essa atuação está sendo investigada.

Entenda o caso

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros na sexta-feira (8) logo após deixar o saguão de desembarque do Aeroporto de Guarulhos. Ele era ameaçado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) e pivô de uma guerra interna na facção criminosa. Gritzbach foi atingido por dez tiros.

Além de Gritzbach, outra pessoa morreu e duas ficaram feridas. O motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, foi levado para a UTI após ser atingido por um tiro nas costas, mas não resistiu e morreu no sábado (9). Samara Lima de Oliveira, 28, e o funcionário de uma empresa terceirizada do aeroporto, Willian Sousa Santos, 39, também foram socorridos ao Hospital Geral de Guarulhos.

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Nenhum dos três tinha ligação com o empresário assassinado, disse a polícia. William sofreu ferimentos na mão direita e ombro e ficou em observação. Samara, atingida superficialmente no abdômen, já recebeu alta médica.

Gritzbach era ameaçado de morte e havia recompensa por sua execução. Ele era acusado de ser o mandante da morte de um narcotraficante ligado ao PCC e também por delatar ao Ministério Público de São Paulo policiais civis envolvidos em casos de corrupção. Em abril, ele entregou ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) um áudio de uma conversa entre dois interlocutores negociando a morte dele por R$ 3 milhões.

O empresário era réu pelos assassinatos de dois homens: Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, criminoso influente no PCC — além do motorista de Cara Preta, Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue. A dupla foi morta a tiros em dezembro de 2021 no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Noé Alves Schaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado em janeiro de 2022, no mesmo bairro.

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