Quem é o olheiro do PCC envolvido na execução de Gritzbach em aeroporto

Kauê do Amaral Coelho, 29, é o primeiro suspeito identificado de se envolver no assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro. Ele está foragido e com a prisão temporária decretada pela Justiça. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo oferece recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro dele.

Quem é o suspeito?

Kauê é considerado olheiro do PCC no ataque. Segundo a polícia, ele ficou circulando pelo saguão do terminal 2 do aeroporto para acompanhar a chegada da vítima. Assim que viu Gritzbach seguindo para o desembarque, avisou aos atiradores que aguardavam na área de externa em um carro.

O homem já foi preso em 2022 por tráfico de drogas. Em agosto daquele ano, ele foi parado em uma blitz na zona norte de São Paulo a bordo de uma moto. No veículo, nada foi encontrado, mas ao perceberem o nervosismo de Kauê, os policiais o revistaram e encontraram 1.009 comprimidos de tenanfetamina (MDA), popularmente conhecida como "bala", e dois celulares. A droga pesava 477,8 gramas, indica o processo.

Aos policiais, ele disse ter pago R$ 3.000 pelos entorpecentes. Preso em flagrante, ele foi levado para a delegacia, onde disse ter comprado os comprimidos para uso pessoal. Após análise judicial, a prisão foi convertida em preventiva, mas o Ministério Público pediu a absolvição dele por falta de provas suficientes para a condenação.

Kauê foi acusado de tráfico de drogas inicialmente, mas foi condenado por crime de porte. O juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos, da 30ª Vara Criminal da Barra Funda, apontou que a ação penal, "embora bastante simples, desperta atenção e se revela como bastante peculiar, exigindo redobrada cautela no ato de decidir". Apesar da grande quantidade de droga, os relatos das testemunhas e de Kauê foram "bastante firme" (sic) para indicar que o uso seria pessoal, e não destinado ao tráfico.

Testemunhas de defesa indicaram que ele estava "perdido no vício". Sócio de Kauê em uma adega e um amigo dele confirmaram à polícia que o suspeito usava drogas. No trabalho, tinha rendimentos de cerca de R$ 15 mil mensais. O dentista do acusado também foi ouvido e afirmou que ele tinha "quadro de bruxismo bastante severo" e "desgaste grande nos dentes".

Kauê também reconheceu a posse de drogas e o uso frequente. "Estava viciado e consumia até em dias normais e não só em festas. Na semana usava grande quantidade de comprimidos. Chegava a usar de quarenta a cinquenta comprimidos em um final de semana. Nunca havia comprado quantidade tão grande, mas como era final de ano, iria consumir quase todo dia", diz o processo.

'Choque grande'

No documento datado de julho de 2023, Kauê afirmou que "sofreu um choque muito grande" ao ter sido preso. Disse que, passado o caso, estava mais apegado à família e frequentando a igreja. "Largou a droga. Não usa mais nada desde que saiu da prisão", diz no processo.

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Pastora também foi ouvida. A mulher fazia parte da igreja frequentada pela mãe de Kauê e confirmou que ele estava frequentando o local regularmente após sair da cadeia.

Homem foi condenado à medida educativa. O juiz considerou que "a prova dos autos, colhida no curso da instrução, não é o suficiente a confirmar os termos da denúncia por tráfico". Por isso, ele recebeu pena de "medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo" por três meses.

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