Novo vídeo mostra suspeito no aeroporto pouco antes da morte de Gritzbach

Um novo vídeo obtido pelo UOL mostra Kauê do Amaral Coelho, procurado por envolvimento na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, passando pelo saguão do aeroporto de Guarulhos minutos antes do empresário ser assassinado.

O que aconteceu

Ele fala ao celular enquanto passa pelo saguão vestido com um moletom e um boné. Gritzbach aparece na imagem com uma camiseta branca, deixando o aeroporto acompanhado da namorada.

A movimentação leva um minuto até o empresário ser assassinado. Em outro momento, a namorada dele, Maria Helena Paiva Antunes, aparece desesperada. Ela está acompanhada de dois homens.

Kauê estava no saguão do terminal 2 do aeroporto para acompanhar a chegada da vítima, que retornava de Maceió. Por telefone, o olheiro avisou aos executores o exato momento em que Gritzbach deixava o local, segundo o secretário de Segurança, Guilherme Derrite.

Polícia investiga paradeiro de Kauê após informações de que ele estaria escondido em comunidade no Rio de Janeiro. "Chegou essa informação para a gente, mas muito rasa, sem detalhes. Claro que a gente não descarta, toda informação é válida, mas não tem nenhum indício ainda forte que ele realmente esteja fora do estado de SP", disse Derrite.

Entenda o caso

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach era ameaçado de morte pelo PCC e pivô de uma guerra interna na facção criminosa. O empresário foi alvejado por quatro disparos no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um entre a cintura e a costela, pelo lado direito.

O veículo usado no crime foi abandonado nas imediações do aeroporto. Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.

Além de Gritzbach, outra pessoa morreu e duas ficaram feridas. O motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, foi levado para a UTI após ser atingido por um tiro nas costas, mas não resistiu e morreu no sábado (9). Samara Lima de Oliveira, 28, e o funcionário de uma empresa terceirizada do aeroporto, Willian Sousa Santos, 39, também foram socorridos ao Hospital Geral de Guarulhos.

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Nenhum dos três tinha ligação com o empresário assassinado, disse a polícia. William sofreu ferimentos na mão direita e ombro e ficou em observação. Samara, atingida superficialmente no abdômen, já recebeu alta médica.

Gritzbach era ameaçado de morte e havia recompensa por sua execução. Ele era acusado de ser o mandante da morte de um narcotraficante ligado ao PCC e também por delatar ao Ministério Público de São Paulo policiais civis envolvidos em casos de corrupção. Em abril, ele entregou ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) um áudio de uma conversa entre dois interlocutores negociando a morte dele por R$ 3 milhões.

O empresário era réu pelos assassinatos de dois homens: Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, criminoso influente no PCC — além do motorista de Cara Preta, Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue. A dupla foi morta a tiros em dezembro de 2021 no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Noé Alves Schaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado em janeiro de 2022, no mesmo bairro.