PSL lança Luiz Lima à Prefeitura do Rio com aceno a bolsonaristas
Após uma série de reviravoltas nas últimas semanas, o PSL oficializou, na tarde deste sábado (12), o deputado federal Luiz Lima como seu candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. O evento teve um esforço de reaproximação da ala bivarista da legenda com os bolsonaristas —rompidos desde o fim de 2019.
Lima —que é ex-nadador olímpico e parlamentar em primeiro mandato- terá como vice a advogada Flávia Ribeiro dos Santos. O nome do deputado surgiu há apenas duas semanas e ganhou força na medida em que as tentativas do PSL de angariar a vaga de vice nas chapas de Marcelo Crivella (Republicanos) e Eduardo Paes (DEM) deram errado.
Em diversos momentos, Lima destacou sua proximidade do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), atribuindo para ele inclusive o convite que o levou à entrar na política. No entanto, não foi claro ao ser perguntado se buscaria o apoio do clã Bolsonaro —hoje oferecido a Crivella.
"Tenho certeza que eu despertei a confiança não só de toda a família, como dos 115 mil eleitores que votassem em mim. Nunca pedi para nenhum adversário meu na natação parar de competir. Quem vai decidir é o eleitor. Ninguém pode tirar meu direito de competir", diz. "Acredito que a gente trabalhando com qualidade e eficiência [da família Bolsonaro] o apoio virá".
Conhecido por discussões acaloradas com colegas na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), o deputado estadual Alexandre Knoploch —presidente municipal do PSL na capital— fez um apelo para reconciliação com os bolsonaristas que ainda estão na legenda —o grupo aguarda a criação do partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil.
"Nós não temos adversários na direita. Temos pessoas que querem mudar o Brasil. Alguns de um jeitinho diferente, outros de outra forma. Mas todos nós queremos mudar o Brasil. Então eu queria deixar aqui o saudoso e carinhoso abraço a alguns deputados do PSL", citando todos os bolsonaristas das bancadas federal e estadual do partido.
Tentativa de acordo com Crivella
Depois de semanas de negociação, o PSL encerrou as conversas para indicar o vice-prefeito na chapa de Crivella na noite de sexta-feira (11), após os partidos não se acertarem sobre apoios em outras cidades consideradas prioritárias.
A decisão pela candidatura própria foi tomada pela direção nacional do PSL, comandado pelo deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE). A falta de acordo sobre uma aliança em Curitiba foi o fator preponderante.
Na capital do Paraná. o PSL tem a candidatura do ex-deputado federal Delegado Francischini à Prefeitura e exigiu que o Republicamos abrisse mão da disputa para o apoiar.
Bivar vem dizendo a interlocutores que não há veto para o apoio a bolsonaristas ainda na legenda, mas que não desprestigiaria os políticos que ficaram ao seu lado na crise pública com Bolsonaro em 2019 em benefício deles. Francischini e seu filho — o deputado federal Felipe Francischini— estiveram entre os mais fieis apoiadores de Bivar no rompimento.
O UOL apurou que o braço direito de Bivar, o advogado Antônio Rueda, vice-presidente nacional do PSL, esteve diversas vezes no Rio no último mês para conduzir pessoalmente as negociações sobre os rumos do partido. O dirigente manteve reuniões com a cúpula do partido do Rio e também com representantes das campanhas tanto de Crivella quanto de Eduardo Paes (DEM) —com quem também não houve acordo.
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