Críticos de Bolsonaro, candidatos de SP abrem campanha gerando aglomerações
Candidatos à Prefeitura de São Paulo que criticaram a condução do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à pandemia de covid-19 lançaram hoje suas campanhas promovendo aglomerações. Joice Hasselmann (PSL), Márcio França (PSB), Jilmar Tattto (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) posaram juntos a militantes sem respeitar o distanciamento social.
O calendário eleitoral estipulou que, a partir deste domingo, está liberada a campanha por parte dos candidatos. Quase todos os concorrentes em São Paulo realizaram atos para marcar o início da disputa. As equipes dos candidatos citados acima tentaram afastar a similaridade com as atitudes do presidente em suas aparições públicas.
Guilherme Boulos, crítico ferrenho de Bolsonaro, não contou com a presença da vice, Luiza Erundina, no ato de abertura da campanha no bairro São Mateus, na zona leste, justamente porque ela tem 85 anos e está no grupo de risco.
Fotos publicadas nas redes sociais do candidato mostram militantes aglomerados. O mesmo ocorreu em um ato na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo.
O candidato é filho de Marcos Boulos, renomado infectologista e escolhido pelo governo de São Paulo para integrar o Centro de Contingência ao Coronavírus. Este grupo reúne as maiores autoridades em saúde do estado e toma as decisões sobre abertura e fechamento de estabelecimentos.
Questionado se não há contradição entre as declarações contra o presidente e o comportamento do candidato no ato de abertura da campanha, a equipe de Boulos enviou declaração do coordenador de campanha, Josué Rocha, negando que exista paralelo.
"Quem esteve no nosso ato de campanha viu que o esforço da organização do ato foi de garantir o distanciamento. Todos os participantes usaram máscaras, e diversos militantes disponibilizaram álcool gel durante todo o trajeto. Houve falas a todo momento no som para orientar a distância."
Jilmar Tatto é outro crítico das posturas de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e também escolheu o bairro de São Mateus para o lançamento da campanha, uma carreata. Fotos mostram o candidato cercado por militantes.
A assessoria de imprensa de Tatto informou que a escolha pela carreata se deu exatamente para evitar aglomerações. Sobre as imagens em que Tatto aparece cercado por militantes, esclarece que foi no momento da coletiva de imprensa, ocasião em que apoiadores pediram para tirar fotos com ele.
"Comparar ou tentar levantar a questão do Bolsonaro —que como o mundo inteiro sabe promove uma campanha insana de negação da gravidade do vírus e dos métodos de enfrentamento à pandemia - não cabe em nenhuma hipótese", ressaltou nota enviada pela assessoria da campanha.
PSL e PSB também promovem aglomerações
O PSL fez uma reunião com lideranças do partido e logo que o relógio apontou 0h deste domingo ocorreu o ato. Fotos publicadas nas redes sociais mostram várias pessoas reunidas sem respeitar o distanciamento social e sem máscara.
A postura vai contra declarações da candidata Joice Hasselmann, que durante a pandemia chegou a tuitar que Bolsonaro foi "irresponsável, inconsequente e insensível!" —na ocasião, ela se referia a pronunciamento de Bolsonaro, em 24 de março, em que ele criticou governadores por decretar quarentena nos estados e afirmou que a infecção por covid-19 era uma "gripezinha".
No ato que marcou o começo da campanha, Joice não usava máscara.
Presidente do PSL em São Paulo, Junior Bozzella disse que houve tentativa de evitar qualquer situação que causasse risco sanitário, mas que a militância estava empolgada e querendo chegar próximo a Joice.
"Foi positivo porque ver engajamento, isso nos deixa contentes, mas por outro lado estamos lidando com questão da pandemia."
Márcio França pregou o #fiqueemcasa durante a fase mais aguda da pandemia. Seu candidato a vice, Antonio Neto (PDT), declarou em agosto que o presidente é um "déspota ignorante". Ocorre que durante um "adesivaço" hoje na Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu, várias pessoas se juntaram ao candidato.
Coordenador da campanha, Anderson Pomini, declarou que não entende ter ocorrido uma aglomeração. "O adesivaço não aglomerou os eleitores ou apoiadores que estiveram presentes. Basta a análise do vídeo para se comprovar que todos os apoiadores ao redor do candidato vestiam máscaras."
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