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Arthur do Val contesta investigação sobre vídeo em SP: 'Não foi encenação'

Arthur do Val, mais conhecido como o youtuber Mamãe Falei  - Carine Wallauer/UOL
Arthur do Val, mais conhecido como o youtuber Mamãe Falei Imagem: Carine Wallauer/UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/09/2020 23h32

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Arthur do Val, o "Mamãe Falei", criticou o pedido de abertura de inquérito pelo Ministério Público Eleitoral para que a Polícia Federal investigue o candidato e o Comandante Braga, ambos do Patriota, para apurar se os vídeos gravados durante ações da Guarda Civil Metropolitana na Cracolândia, região central da capital, violam a lei eleitoral. O crime investigado é de injúria.

Em live transmitida na noite de hoje, Mamãe Falei contestou a investigação da PF e voltou a criticar a ação social do padre Júlio Lancelotti na região. No vídeo do dia 16 de setembro, o candidato havia acusado o padre de "fomentar o tráfico" de drogas na Cracolândia.

"Pus a mão em um vespeiro, em uma coisa que acontece aqui em São Paulo há muitos anos que é a Cracolândia [...] É um absurdo que a gente não possa falar o que acha. Acho sim que o Padre Júlio Lancelotti é uma fraude, não é bonzinho. Ele se coloca atrás de uma instituição que faz um bom trabalho, que é a Igreja Católica, para se aproveitar disso. Eu tenho que ter a liberdade de falar", disse.

E acrescentou: "Essas pessoas se utilizam da polícia, que é paga com o nosso dinheiro, que deveria estar investigando quem são os traficantes, quem deve prender, como deve solucionar o problema, só que eles vão investigar quem está falando que aquilo é um problema.

Arthur ressaltou que o vídeo que mostra a ação na Cracolândia não teve planejamento junto à polícia. Carlos Alexandre Braga, que o acompanhava, é inspetor da Guarda Civil Metropolitana (GCM), licenciado do cargo desde o dia 15 de agosto para disputa das eleições.

"Peguei o celular e comecei a fazer uma live sem planejamento. Não teve encenação, estava fazendo live e rojão caindo na minha perna. Ninguém teve coragem de mostrar o que eu mostro e falam que foi combinado. As operações nesse tipo de ação não são programadas, são reações das ações das pessoas que estão lá. Acho muito estranho que, quando se tem um candidato que bota o dedo na ferida, que quer fazer algo diferente, o pessoal vai repreender, querendo me calar. Quem mora ali nas esquinas vê todos os dias, então por que eu não posso mostrar o que acontece?", questionou.

Mamãe Falei também fez críticas ao candidato Guilherme Boulos e à imprensa.

"Você já ouviu alguma menção da imprensa sobre as ações que o Boulos promove na Cracolândia? O Boulos é o queridinho da imprensa [...] É por causa de pessoas como o Boulos que existem Cracolândias em São Paulo, é por causa de prédio invadido que o traficante tem uma fortaleza que a polícia não pode entrar, não pode fazer reintegração de posse, não pode prender", finalizou.

Padre diz estar sendo ameaçado

O padre Júlio afirmou estar sendo ameaçado em virtude de sua atuação em defesa dos moradores de rua.

Desde o início de setembro, o padre Júlio aponta o uso eleitoral da região por Do Val e Braga. Segundo ele, as gravações feitas pelos políticos começam de manhã e continuam pela região ao longo do dia para "provocar situação de confronto e captar as imagens".

O padre Júlio Lancelotti é coordenador da Pastoral do Povo de Rua em São Paulo e diz estar sendo ameaçado - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
O padre Júlio Lancelotti é coordenador da Pastoral do Povo de Rua em São Paulo
Imagem: Arquivo pessoal

Segundo a prefeitura, a intervenção da GCM do último dia 10, por exemplo, ocorreu após ações de zeladoria realizadas pela prefeitura.