'Se é bom, vou modificar por quê?', diz Russomanno sobre suspeita de plágio
O candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) minimizou na manhã de hoje a suspeita de que seu programa de governo plagiou trechos de licitações da prefeitura sobre mobilidade urbana e transporte.
O programa do candidato cita "Concessão para administração, manutenção, conservação, exploração comercial e requalificação dos terminais de ônibus e de seus empreendimentos associados, e realização de obras de melhoria no perímetro de abrangência".
O trecho é praticamente literal ao edital proposto pela administração municipal para a concessão de terminais de ônibus, revelou hoje o jornal Folha de S.Paulo.
"Quando um administrador assume, ele tem de reinventar a roda?", disse o candidato ao ser questionado sobre o assunto em sua primeira agenda de campanha. "Se o modal é bom, vou modificar por quê?"
Russomanno garantiu que seu programa de governo "foi feito por técnicos capacitados": "O que é bom será mantido e o que é ruim será mudado", afirmou.
Filha e genro
Questionado sobre os 18 processos contra sua filha e genro por suposta prática de pirâmide financeira, Russomanno garantiu que o assunto será esclarecido.
"Se meu genro tem problemas financeiros, ele terá de responder", afirmou, ao dizer que recebeu do familiar o "compromisso" de colocar sua vida financeira "em ordem".
Russomanno lamentou, no entanto, o que chamou de ataque a sua família em ano eleitoral: "Fico triste por atacarem minha família", disse.
Bolsonaro
O candidato voltou a dizer que é amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde 1995 e que é o vice-líder do governo no Congresso, mas que o apoio presidencial não depende dele.
"O que posso dizer com todas as letras é que Bolsonaro é meu amigo", disse. "Tem de perguntar para ele [se vai me apoiar]", concluiu.
Primeira agenda
Em sua primeira agenda de campanha, Russomanno decidiu fazer as pazes com os motoristas de aplicativo após polêmica na campanha municipal de 2016, quando criticou o uso de Uber.
Nesta terça-feira (29), ele foi ao Sindicato dos Motoristas de Aplicativos, em São Miguel Paulista, zona leste da cidade. No encontro, Russomanno recebeu uma lista de reivindicações que buscam equiparar os direitos desses trabalhadores ao de taxistas, como a possibilidade de usar o mesmo veículo por dez anos.
Em 2016, o candidato a prefeito buscava o voto dos taxistas, que estavam mobilizados contra o decreto do então prefeito Fernando Haddad (PT) que autorizava o uso do app na cidade. "A questão do Uber está na ilegalidade", afirmou, à época.
"Nunca fui contrário aos aplicativos", afirmou hoje o candidato após o encontro. "Na época, [os apps] estavam chegando e não sabíamos o resultado."
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