2 a cada 3 candidatos em SP e RJ mudaram de partido desde 2016, diz jornal
Entre os candidatos que estavam nas eleições de 2016 e vão para a disputa em 2020, a grande maioria mudou de partido no Rio de Janeiro e em São Paulo. Dois a cada três fizeram alguma troca. Ao todo 164.177 nomes estiveram nas disputas municipais de 2016 e vão buscar um cargo novamente agora. Destes, 110.200 participarão da disputa por legendas diferentes dessa vez. O levantamento foi feito pelo jornal O Globo.
A imensa maioria das mudanças aconteceu entre os vereadores. Foram 102.428, o que corresponde a 92%. As outras migrações aconteceram entre candidatos a prefeito e vice.
São tantas mudanças que alguns partidos nem saem prejudicados. MDB e PT, por exemplo, tiveram quase o mesmo número de entradas e saídas de candidatos. No primeiro, foram 8.460 saídas, com 8.222 em compensação. Já no PT houve um pequeno saldo positivo: foram 3.104 saídas e 3.168 entradas.
Entre os partidos principais, o PSDB teve o maior prejuízo. Os tucanos perderam 7.698 candidatos para outras legendas. E conseguiram 6.396 entradas. O DEM, liderado por Rodrigo Maia, e o PSD, liderado por Gilberto Kassab, absorveram grande parte destes políticos que saíram do PSDB.
Um dado curioso chama atenção: é a migração de candidatos entre partidos com ideologias muito diferentes. Ao todo, 96 candidatos saíram do PSL e foram para o PT. Ou seja, passaram do partido do presidente Jair Bolsonaro para o partido do ex-presidente Lula. E ainda aconteceram 43 mudanças no sentido contrário.
Nas principais disputas para prefeito, as candidaturas da capital do Rio de Janeiro chamam atenção. Quatro candidatos passaram por mudanças de partido nos últimos anos: Eduardo Paes (DEM), Luiz Lima (PSL), Clarissa Garotinho (Pros) e Paulo Messina (MDB). Em São Paulo, a única troca foi do candidato Arthur do Val, que saiu do DEM e foi para o Patriota, para conseguir disputar a eleição.
Sobre o Rio de Janeiro, vale destacar ainda a mudança de partidos do filho do presidente Jair Bolsonaro: Carlos foi eleito como vereador pelo PSC, em 2016. Agora ele está no Republicanos. Ele queria integrar o Aliança Brasil, partido idealizado por Jair, mas a legenda não foi criada oficialmente, porque não reuniu assinaturas suficientes dentro do prazo estipulado.
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