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Prefeitura de SP não pode ser 'puxadinho' de Bolsonaro ou Doria, diz Boulos

05 out. 2020 - Guilherme Boulos faz campanha em frente ao Metrô Jabaquara, na zona sul de São Paulo - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
05 out. 2020 - Guilherme Boulos faz campanha em frente ao Metrô Jabaquara, na zona sul de São Paulo Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

16/10/2020 09h37Atualizada em 16/10/2020 09h50

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo, o candidato do PSOL Guilherme Boulos afirmou que a prefeitura da capital não pode ser um "puxadinho" para os interesses do do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do governador João Doria (PSDB).

"São Paulo é a maior cidade da América Latina e não merece ter uma prefeitura que seja puxadinho do Palácio do Planalto [sede do governo federal] ou puxadinho do Palácio dos Bandeirantes [sede do governo paulista]", declarou em entrevista publicada hoje pelo jornal "O Globo".

A declaração faz referência aos dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos na capital paulista, Celso Russomanno (Republicanos), que tem usado a imagem de Bolsonaro em sua campanha, e Bruno Covas (PSDB), que assumiu a prefeitura com a saída de Doria para disputar o governo do estado, em 2018.

Segundo Boulos, sua candidatura é a que tem melhores condições no campo da esquerda de evitar uma "tragédia do Bolsodoria" no segundo turno das eleições em São Paulo.

"Na política, não tem balança. Temos que dizer qual é cada um desses projetos. O projeto do Bolsonaro é um projeto violento, de ódio, que ameaça a democracia no Brasil. O projeto do Doria governa de costas para a periferia, juntou elitismo com roubalheira", afirmou.

Votos na periferia

Boulos afirmou que o maior desafio de sua campanha é ser mais conhecido nas periferias da capital. As pesquisas apontam que a maioria de suas intenções de voto vem da classe média.

"Pelas pesquisas, eu não tenho nenhuma rejeição dos setores populares. O problema é a taxa de conhecimento. Ninguém pode votar em quem não conhece", disse.

Possível apoio de Lula

Boulos também deixou as portas abertas para um eventual apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso avance para o segundo turno. Até o momento, Lula tem aparecido apenas na campanha do petista Jilmar Tatto.

Questionado se apareceria ao lado do ex-presidente no horário eleitoral, Boulos respondeu que sim, mas que isso também dependeria da vontade de Lula. "Com ele [Lula] e com quem mais possa me apoiar para ganhar", declarou.