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Tatto não desiste e acredita que Boulos pode ser vítima do voto útil

Jilmar Tatto (PT) faz campanha no centro de São Paulo - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Jilmar Tatto (PT) faz campanha no centro de São Paulo Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL

23/10/2020 08h24

Jilmar Tatto (PT) não pretende desistir da disputa pela prefeitura de São Paulo. O petista apareceu com 4% das intenções de votos na mais recente pesquisa Datafolha, mas acredita que ainda vai ganhar popularidade. E também aposta que outro candidato de esquerda, Guilherme Boulos (Psol), pode ser vítima do "voto útil".

O principal questionamento sobre a candidatura de Tatto é que já existe outro político de esquerda bem posicionado nas pesquisas: Boulos está com 14% das intenções de voto. Mas Tatto acredita que esses votos podem migrar para ele futuramente, na reta final da eleição, quando a população decide pelo "voto útil", ou seja, naquele candidato que tem mais chances de vencer.

"Nossos adversários são o candidato do Bolsonaro, que é o (Celso) Russomanno, e o candidato do Doria, que é o Bruno Covas. O Boulos não é meu adversário. Boulos tem um eleitor bastante de classe média, rico. Pessoas progressistas. A impressão que dá é que pode ser vítima do voto útil. O eleitor naturalmente faz isso. Isso vale para ele e vale para mim", disse Tatto em entrevista ao jornal O Globo.

Tatto foi perguntado se essa transição de votos está demorando demais para acontecer. Em 2012, quando outro petista pouco conhecido na época, Fernando Haddad, conseguiu vencer a eleição, somava 16% das intenções de voto faltando um mês para as eleições. Tatto explicou que agora a situação é diferente.

"Não tinha pandemia. Há uma mudança de comportamento. O interesse pela eleição é muito pequeno ainda. A decisão do eleitor vai ser na reta final", apostou Tatto.

Apesar de muitos petistas já terem pedido para Tatto desistir da candidatura e apoiar Boulos, ele não pretende fazer isso e nem se sente traído.

"Não existe essa possibilidade. Estamos crescendo. O PT está unido, a militância está na rua. Vamos para o segundo turno, vamos ganhar a eleição. O presidente Lula está totalmente empenhado. A aceitação do PT na rua é muito boa. (...) Não me sinto traído, porque essa mesma pessoa que eventualmente fala que eu deveria apoiar o Boulos, que deveria retirar (a candidatura), tenho certeza absoluta que vai votar em mim. Por que vou me estressar?", declarou o petista.

Tatto acredita que não decolou porque não é conhecido. Em comparação com a pesquisa Datafolha anterior, ele oscilou de 1% para 4%, portanto dentro da margem de erro.