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Marchezan: 'Impeachment é movido por corruptos para me retirar da eleição'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/10/2020 16h48

Em sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo, o atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), que busca a reeleição, disse que o pedido de impeachment de que é alvo tem como objetivo tirá-lo do processo eleitoral. Segundo ele, a cidade "vem de um histórico de corrupção".

"Esse já é o quinto, sexto ou sétimo pedido de impeachment, pelos motivos mais torpes e populistas. Esse tem um motivo específico, que é me tirar da eleição, me tirar do processo eleitoral. Quando viram que isso não era possível, quiseram me tirar das coligações. E continuam tentando viabilizar esse pedido", disse Marchezan Jr.

Ele é acusado de alocar recursos do Fundo Municipal de Saúde em ações de publicidade para promover sua gestão em meio à pandemia. Segundo ele, o recurso foi de R$ 3 milhões, que foram utilizados para "esclarecer a população".

A sabatina foi comandada por Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e Paula Sperb, repórter da Folha.

Segundo ele, todos os prefeitos, governadores e presidentes da República, gastam o dinheiro de saúde através do fundo. "O atual presidente da República, por exemplo, já gastou mais de 200 milhões [de reais] do fundo nacional de saúde em publicidade. E ele está certo", disse.

"É um impeachment eleitoreiro como tem sido alguns impeachments no Brasil, mas esse aqui é estranho porque ele é movido por grupos corruptos, utilizando uma ferramenta que deveria ser para tirar um prefeito corrupto, mas estão tentando tirar o prefeito que tentou combater a corrupção deles."

A Câmara Municipal tem até 9 de novembro para julgar o caso, seis dias antes do primeiro turno. São necessários 24 dos 36 votos para afastar o prefeito. Se aprovado, ele também terá seus direitos políticos cassados por oito anos.

Pandemia e vacina contra a covid-19

Marchezan afirma que o governador de São Paulo, João Doria, "desenvolveu um bom trabalho". Eles são do mesmo partido. Já Bolsonaro, em sua opinião, agiu de "forma ideológica".

Afirma ter conversado com Doria sobre a vacina Coronavac. "Se não tiver uma campanha nacional, e achamos que vai ter, nós iremos buscar adquirir isso junto ao Instituto Butantan, ao estado de São Paulo", disse.

O prefeito afirma ter errado durante a pandemia. "Com certeza nós cometemos erros. Hoje, olhando, talvez eu teria voltado às aulas um mês antes se a gente soubesse que iríamos ter um equilíbrio, uma normalidade, uma estabilidade na demanda de leitos de UTI, como tivemos nos últimos dois, três meses em Porto Alegre."