Andrea Matarazzo: Covas terceirizou administração de SP e DEM comanda
Andrea Matarazzo, candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo, fez críticas à atual gestão da capital, comandada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). "Tenho achado a gestão da cidade uma lástima, me desculpe dizer. Aliás, até diria que, se alguém achar que está bom, realmente eu não tenho nada a oferecer", falou. "Infelizmente, hoje, a administração só pensa na próxima eleição, não pensa na população", completou, acrescentando que foi esquecido o fato de que "existe uma periferia com 50% da população."
A declaração do candidato foi dada durante sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo, comandada pelo colunista do UOL Diogo Schelp e Camila Mattoso, editora do "Painel", da Folha. Matarazzo também falou que "quem comanda" a cidade é o vereador Milton Leite (DEM) e que o atual prefeito "terceirizou" a administração da cidade.
Ele [Milton Leite] tem comandado, tem dado a diretriz, tem as secretarias (...) Você não tem um prefeito presente e nem com autoridade, você tem as subprefeituras todas subloteadas para os vereadores. É uma opção que o prefeito fez, terceirizou a administração da cidade.
Sobre um possível apoio à Bruno Covas (PSDB) em um cenário de segundo turno, o candidato negou. "Eu eu saí do PSDB porque não concordava mais com a forma do PSDB de atuar e administrar. Eu acho que o excesso de tempo entortou a boca."
Gestão na pandemia
Para o candidato, houve "insensibilidade" na gestão na pandemia em São Paulo. "A prefeitura continuou cobrando impostos do cidadão, do comerciante que estava com as portas fechadas, do prestador de serviço. Isso você não podia fazer porque acelerou e asfixiou mais ainda o comércio", falou. Segundo ele, esse foi um erro que agravou o desemprego e a economia na cidade.
Matarazzo também falou que teria agido diferente em relação ao transporte público e rodízio em São Paulo. "Se os médicos e a ciência estavam pedindo 'não aglomeração', você não podia, nunca, na hora que começou o problema, ter tirado 70% dos ônibus de circulação, aglomerando as pessoas que tinham que trabalhar, nos terminais, ou dentro dos ônibus. Eu teria mantido os ônibus 100% circulando e teria eliminado, inclusive, o rodízio normal de automóveis."
Sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o candidato do PSD disse que "não dá para achar razoável o que se fez no vai e volta das questões de saúde", e ainda criticou a "politização" da vacina contra a covid-19. "Essa politização da vacina que São Paulo e Brasília estão fazendo, é um negócio absurdo. Para mim, isso não cabe, no meu ideário, na minha forma de ver a administração pública é um grande absurdo de ambas as partes."
Propostas para cracolândia
Sobre a cracolândia, o candidato afirmou ter sido muito criticado em sua gestão "porque tinha ação enérgica no local". "Eu interditava os estabelecimentos ou prédios usados pelo tráfico", disse. "Na época, as ações de zeladoria tinham como objetivo libertar aqueles bairros de serem reféns do tráfico, devolver o direito ao comércio de comprar e vender, e devolver o direito das pessoas de entrarem e saírem de suas casas."
Ele defende que essa deve ser "uma ação permanente" da prefeitura. Ele defende ainda ações de "zeladoria" para "asfixiar o espaço como um território livre para o tráfico". "Como prefeito darei toda a força a polícia, naquilo que precisar", disse.
Empresário, radialista e político brasileiro, Matarazzo foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001, e secretário de Subprefeituras de São Paulo, entre 2006 e 2008, na gestão de Gilberto Kassab (PSD).
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