Topo

Último ato de França tem acrobacias de Hypolito e o hit 'O Homem disparou'

14.nov.2020 - Márcio França (PSB) faz carreata em último ato antes do primeiro turno em São Paulo - Lucas Borges Teixeira/UOL
14.nov.2020 - Márcio França (PSB) faz carreata em último ato antes do primeiro turno em São Paulo Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

14/11/2020 19h16

Márcio França (PSB) escolheu fazer uma carreata pela Marginal Tietê como último ato antes do primeiro turno da eleição para a prefeitura de São Paulo. Com uma disputa acirrada e em desvantagem, o candidato se diz confiante para ir ao segundo turno contra Bruno Covas (PSDB).

Ao som do hit nacional "O Homem Disparou", composta pelo cantor e compositor piauiense César Araújo, o comboio do peessebista foi do Campo de Marte, na zona norte, até o Parque São Jorge, zona leste da capital paulista. Candidatos a vereador e lideranças partidárias de diferentes bandeiras acompanharam o candidato em mais de cem veículos, segundo informou a campanha.

As últimas pesquisas do Datafolha e do Ibope apontam uma disputa acirrada pela ida ao segundo turno, com França tecnicamente empatado com Celso Russomanno (Republicanos) e Guilherme Boulos (PSOL).

"O povo de São Paulo surpreende", disse França, que desde o início da semana afirma ter "pesquisas internas" que o colocam no segundo lugar. No Datafolha divulgado hoje, ele aparece com 14% dos votos válidos; Boulos tem 17%, e Russomano, 13% —como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos, eles estão empatados. Bruno Covas lidera com 37%.

"Como da outra vez, eu estou muito contente. No final, penso que acabou levando a gente para uma situação importante de disputa acirrada", afirmou, em referência às eleições de 2018, em que ele aparecia em terceiro e acabou no segundo turno.

Para França, o embate com Covas já começou. Além de fazer elogios à chapa de Boulos, sua coligação entrou com um recurso contra a campanha tucana por uso da máquina pública durante o período eleitoral.

"A gente foi somando [os fatos]. Uma coisa você deixa escapar, duas... Quando os secretários fazem lives de dentro da Prefeitura, eles estão se utilizando de um patrimônio que é público, que não é deles", afirmou o candidato, antes de subir no jipe para a carreata.

À imprensa, a campanha do PSDB declarou que a ação é "uma colcha de retalhos de assuntos desconexos".

Acobracias de Diego Hypolito

A carreata saiu do Campo de Marte pouco depois do meio-dia e seguiu pela Marginal Tietê até o Parque São Jorge, onde ocorreu o último comício. França puxou o comboio em um jipe com a mulher, Lúcia, e o candidato a vice, Antônio Neto (PDT).

Entre os presentes, apoiadores das mais diferentes bandeiras: de candidatos com discurso pela igualdade de gênero a um sargento da polícia militar. O ginasta aposentado Diego Hypolito (PSB) fez acrobacias enquanto esperava a chegada de França no Campo de Marte, e o palmeirense e ex-comunista Aldo Rebello (Solidariedade) fez o discurso no clube do Corinthians.

A mistura bate com a posição de centro que França adotou durante toda a campanha. "O Marcio França é um homem de família, é um homem da conciliação. As pessoas não estão preocupadas com direita ou esquerda, estão preocupadas com o serviço público", bradou o coordenador Anderson Pomini a um auditório com metade da ocupação.

No encerramento, já depois das 13h, França reafirmou as pautas de campanha, criticou o governador João Doria (PSDB) e reforçou a confiança de que estará no segundo turno — ele diz que chegará lá com os votos da periferia.

"A eleição vai se decidir por poucos votos. Há seis meses, eu falei: 'a disputa vai ser nós contra o Bruno'. São Paulo já me deu 1 milhão de votos a mais que eles [do PSDB, em 2018]. Eles podem ganhar nos bairros de classe mais alta, mas quando chega na comunidade mais pobre as pessoas vão votar em quem tem sensibilidade", declarou França, antes de chamar "O Homem Disparou" pela centésima vez.