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Mauricio Stycer

REPORTAGEM

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TV pública do governo Zema revê veto e exibirá Roda Viva com Boulos na 5ª

O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) no Roda Viva  - Reprodução/Cultura
O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) no Roda Viva Imagem: Reprodução/Cultura

Colunista do UOL

04/10/2022 18h45Atualizada em 04/10/2022 21h07

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Espectadores da Rede Minas se surpreenderam na noite de segunda-feira (03) com a não exibição do "Roda Viva" com Guilherme Boulos, deputado federal eleito pelo PSOL. Parceiro da TV Cultura, o canal público ligado ao governo do Estado não explicou as razões da decisão.

Após a publicação desta notícia, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas enviou nota à coluna dizendo que o veto se deu por dúvidas quanto à legislação eleitoral. E informou: "Após parecer favorável, o programa será exibido nesta quinta-feira, às 22h, na Rede Minas".

Procurada, a TV Cultura se eximiu de responsabilidade e creditou o gesto, visto por muitos como censura, como uma decisão exclusiva da Rede Minas. Romeu Zema (Novo), governador de Minas, foi reeleito no domingo e anunciou nesta terça-feira (04) apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL);

Abaixo, a nota divulgada pela TV Cultura:

A iniciativa de não transmitir o Roda Viva com Guilherme Boulos, na noite da última segunda-feira (3/10), partiu da Rede Minas, que é parceira de conteúdo da TV Cultura. A direção da Cultura entrou em contato com a emissora, que não soube justificar o motivo da não exibição da entrevista com o deputado federal eleito por São Paulo.

E aqui a nota da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo:

Ao tomar conhecimento da não exibição do programa Roda Viva, na noite de segunda (03/10), com o deputado federal eleito por São Paulo Guilherme Boulos, a Secult encaminhou o tema para análise jurídica devido a vedação eleitoral, nível nacional, conforme normas do TSE. Após parecer favorável, o programa será exibido nesta quinta-feira, às 22h, na Rede Minas.

Durante a entrevista, Boulos classificou o chamado orçamento secreto de "roubo constitucionalizado": "Sobre o orçamento secreto, espero que o STF dê cabo ao pedido que já foi feito de declaração de inconstitucionalidade. Já houve uma sinalização que o Supremo irá julgar logo após as eleições. O orçamento secreto é um roubo constitucionalizado e um roubo de prerrogativa, pois é o legislativo avançando sobre uma prerrogativa do Executivo para fazer a política mais rasteira e clientelista", disse.