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Recife terá duelo de primos no 2º turno: João Campos (PSB) x Marília (PT)

João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) disputam a prefeitura de Recife  - Reprodução/Facebook/Arte-UOL
João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) disputam a prefeitura de Recife Imagem: Reprodução/Facebook/Arte-UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL

15/11/2020 22h48Atualizada em 16/11/2020 00h49

Uma disputa de primos vai marcar o segundo turno no Recife. Os deputados federais João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), bisneto e neta do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, confirmaram o favoritismo nas pesquisas e foram os mais votados neste domingo (15).

Campos obteve 29,17% dos votos, enquanto Marília recebeu 27,95%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Fora da disputa, Mendonça Filho (DEM) teve 25,11%, enquanto a Delegada Patricia (PODE) teve 14,06%, Carlos (PSL) teve 1,74%, Coronel Feitosa (PSC) teve 1,18%, Charbel (NOVO) recebeu 0,48% e por fim Thiago Santos (UP) e Claudia Ribeiro (PSTU) obtiveram 0,15% cada um.

O segundo turno repete o embate entre partidos de 2016, quando o então prefeito Geraldo Julio (PSB) disputou o cargo e se reelegeu na disputa contra o ex-prefeito João Paulo (PT).

A disputa no Recife no primeiro turno foi acirrada e contou com quatro candidatos que tinham chances reais de alcançar o segundo turno.

João Campos, 26, é deputado federal em primeira legislatura. Filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014, ele disputa pela primeira vez um cargo eletivo para o executivo.

Durante a campanha, ele sofreu muitos ataques por ser considerado jovem demais para assumir um cargo de tal importância. "Na vida, não se escolhe hora para encarar as missões. Se estamos no lugar certo quando elas chegam, a decisão é encarar", respondeu o candidato.

João Campos conta com o apoio do governador pernambucano, Paulo Câmara (PSB), e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Ele teve a campanha mais cara entre os candidatos recifenses.

Já Marília Arraes, 36, precisou desafiar a base do próprio partido para confirmar a candidatura, já que o diretório municipal do PT decidiu, em convenção, apoiar João Campos. Entretanto, a direção nacional resolveu anular a decisão municipal e indicar o nome de Marília.

A decisão nacional, inclusive, foi alvo de rusgas com o PSB, que queria o apoio petista na capital pernambucana, considerada chave para o partido.

Vinda da mesma família de Campos, Marília já foi filiada ao PSB, mas deixou o partido em 2016. Na campanha deste ano, Marília usou e abusou da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal cabo eleitoral.

Além disso, ela criticou duramente a gestão do PSB à frente do Recife nos últimos dois mandatos pelo aumento das favelas em palafitas, a falta de políticas públicas eficazes para jovens e as denúncias de corrupção na compra de equipamentos para tratamento de pacientes da covid-19.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Inicialmente a página desta reportagem, bem como a home page do UOL, exibiram as imagens de João Campos (PSB) e a candidata Delegada Patricia (PODE). Quem enfrentará Campos no segundo turno será a candidata Marilia Arraes (PT), a foto foi trocada.