Cracolândia: Boulos pergunta se resolve 'na porrada'; Covas cita redução
No primeiro debate com os candidatos do segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo, realizado pela CNN e retransmitido pelo UOL, Guilherme Boulos (PSOL) foi o primeiro a introduzir o tema da cracolândia — região onde há tráfico e uso de drogas — e questionou o atual prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB):
Um dos dramas é a situação da Cracolândia. No mês passado, tivemos duas ações dos guardas na Cracolândia. Você acha mesmo que o tema dos usuários de droga se resolve à base da porrada?"
Guilherme Boulos
Boulos fez referência aos episódios em que as forças policiais do Estado e do município utilizam balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar usuários de drogas quando há confronto entre eles e os agentes.
A dependência química, respondeu Covas, é um grande desafio da cidade de São Paulo e do mundo. Quando concorreu como vice de João Doria (PSDB), atual governador do estado, prometeram acabar com a região, localizada no centro da capital.
Quem tem dentro de casa alguém com dependência química sabe do que estou falando. A grande saída é ter um atendimento que seja das mais variadas secretarias participando. É uma ação também de ofertar a porta de saída e a entrada no mercado de trabalho daqueles que passam por tratamento, diferente do que tínhamos na gestão anterior em que a bolsa era vista como uma forma de tratar aquelas pessoas."
Bruno Covas
Boulos voltou ao tema e classificou como "demagógica" a proposta debatida no debate da última eleição municipal, quando Covas aparecia como vice na chapa de Doria. "O que aconteceu é que a Cracolândia está ainda maior.
Covas, na tréplica, rebateu. "Nós tínhamos várias quadras na região em que o poder público era impedido de entrar, nem mesmo para fazer a limpeza. Agora, a prefeitura está lá presente, o governo do Estado está lá presente, para poder atuar neste problema. A solução é multidisciplinar, passando pela assistência, pela saúde e pelo combate ao crime organizado", concluiu.
Colaboraram: Carolina Marins, Felipe Oliveira, Jean Sfakianakis, Juliana Arreguy, Leonardo Martins, Lucas Teixeira Borges e Roberto Junior
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