Boulos terá mais dificuldade para ter maioria na Câmara do que Covas
Os dois candidatos à prefeitura de São Paulo que vão disputar o segundo turno terão de fazer novas alianças para conquistar a maioria da Câmara Municipal de São Paulo. O cenário, porém, se mostra mais complicado para Guilherme Boulos (PSOL) do que para Bruno Covas (PSDB).
Nenhuma das coligações atingiu os 28 vereadores necessários para compor a maioria da casa legislativa municipal, que tem um total de 55 cadeiras. A coligação de Covas elegeu 25 vereadores e a de Boulos, apenas seis.
É verdade que Boulos conta com o apoio de primeira hora da bancada do PT, a maior da nova câmara ao lado do PSDB de Covas, e, por isso, pularia em tese para um total de 14 cadeiras.
O próprio partido do candidato da esquerda, o PSOL, foi o grande vencedor na casa triplicando sua presença e passando de dois para seis vereadores.
Por outro lado, o PSDB foi o grande perdedor na casa e enxugou a bancada para oito vereadores, três a menos do que os 11 de 2016, quando foi o partido com mais eleitos.
À época, os tucanos também tiveram que aumentar o leque de alianças com uma câmara inicialmente minoritária para o início do mandato do então prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB) — coincidentemente o mesmo número que a coligação de Covas elegeu neste domingo, 25 vereadores.
A vida de Covas certamente seria mais fácil que a de Boulos na relação com o legislativo.
O tucano não deve ter dificuldade de agregar candidatos de partidos externos à coligação e aumentar sua bancada.
O PSD, por exemplo, que não estava na coligação, elegeu três vereadores e já seria suficiente. Apesar das críticas do candidato Andrea Matarazzo (PSD), que terminou com 1,55% dos votos, e é uma dissidência do PSDB, seu partido esteve na base de apoio de Doria em 2018.
Em entrevista hoje ao UOL, Covas declarou que vai manter conversas com os adversários derrotados Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos) em busca de apoio no segundo turno.
Boulos, por outro lado, precisa praticamente duplicar sua base. Para arregimentar esse apoio fora da coligação de Covas, o psolista tem a improvável missão de agregar quase todas as cadeiras remanescentes, algumas de partidos no distante oposto do espectro político: Novo, PSL (que lançou Joice Hasselmann), Patriota (que lançou Arthur do Val) e Republicanos (de Russomanno).
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