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França desconversa, mas campanha diz que Boulos foi fenômeno da eleição

Márcio França (PSB) na chegada ao debate da TV Cultura na última quinta - SUAMY BEYDOUN/AGIF /ESTADÃO CONTEÚDO
Márcio França (PSB) na chegada ao debate da TV Cultura na última quinta Imagem: SUAMY BEYDOUN/AGIF /ESTADÃO CONTEÚDO

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 11h58

Fora do segundo turno na cidade de São Paulo, Márcio França (PSB) ainda não definiu qual caminho vai tomar. Mas o coordenador de sua campanha, Anderson Pomini, declarou que Guilherme Boulos (PSOL) é o destaque da eleição na cidade.

"Política é circunstância. Boulos é o fenômeno dessa eleição", diz.

Boulos tinha somente 17 segundos de tempo de TV e conseguiu 1 milhão de votos. Questionado sobre a possibilidade de apoio no segundo turno, o coordenador da campanha de França afirmou que não há nada definido.

Pomini disse que é preciso esperar o desenrolar dos fatos. Apesar dos fortes embates de França com o governador João Doria (PSDB) na eleição para governador de São Paulo em 2018, a adesão a Boulos não pode ser considerada natural.

Conforme Celso Russomanno (Republicanos) desidratava na disputa deste ano, França e Boulos passaram a trocar ataques em busca da vaga no segundo turno. Na sexta-feira, Boulos fez um aceno ao PSB e PDT, partidos da chapa de França. Pomini chamou o concorrente de arrogante por já discursar como candidato no segundo turno e cortejar siglas de um concorrente.

Não foi episódio isolado. Ao final do debate na TV Cultura, na quinta-feira da semana passada, integrantes da chapa de França reclamaram que o prefeito Bruno Covas (PSDB) elegeu Boulos como antagonista porque considerava o candidato do PSOL um nome mais fácil de vencer no segundo turno e a polarização era uma forma de promover seu nome.

França terminou a eleição com 728.441 votos. Ele se pronunciou esta manhã em um stories no Instagram agradecendo aos eleitores e desejou sorte e discernimento a Covas e Boulos. A última frase foi "acaba uma eleição, começa outra".