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"Boulos mata a mãe e vai ao baile de órfãos", diz aliado ao lado de Covas

Frase é do ex-deputado Ricardo Trípoli. Na foto, Bruno Covas posa com o presidente do Sindicato dos Aposentados, João Inocentini - Wanderley Preite Sobrinho/UOL
Frase é do ex-deputado Ricardo Trípoli. Na foto, Bruno Covas posa com o presidente do Sindicato dos Aposentados, João Inocentini Imagem: Wanderley Preite Sobrinho/UOL

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

17/11/2020 10h33

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) terceirizou os ataques ao rival Guilherme Boulos (PSOL) na manhã de hoje ao receber apoio do Sindicato Nacional dos Aposentados, ligado à Força Sindical.

De olho em mais de 75 mil filiados da entidade na capital paulista, o prefeito tomou café com os sindicalistas e com políticos aliados na sede do sindicato, no centro de São Paulo. Um deles era o ex-deputado federal Ricardo Tripoli, também do partido de Bruno Covas, a quem coube criticar Boulos.

Segundo Tripoli, "Bruno visitava os bailes da terceira idade com a avó dele, dona Lila Covas", enquanto Boulos é "filho de pai rico, viveu de mesada a vida inteira, foi para a periferia, mas nunca foi da periferia".

Ricardo Tripoli participa de debate dos pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo - Fabio Braga/Folhapress - Fabio Braga/Folhapress
Ricardo Tripoli, ex-deputado federal
Imagem: Fabio Braga/Folhapress
"Ele tem boas roupas, vai a bons restaurantes", disse Tripoli, enquanto era ouvido por Covas. Segundo o ex-deputado, "todos os que estão no PSOL antes estavam no PT".

"Estão fazendo uma lavagem de partido? O Lula está apoiando [Boulos], todo mundo está apoiando", afirmou. "Não dá para deixar."

O adversário [de Covas] mata a mãe para ir ao baile de órfãos para poder entrar. Imagine a agressividade que esse sujeito tem
Ricardo Tripoli, ex-deputado federal

Antes, a provocação a Boulos partiu do presidente do Sindicato, João Inocentini: "São Paulo precisa de um prefeito que olhe pela cidade e não faça porraloquisse", afirmou.

Ao UOL, a campanha de Covas enviou uma nota em que classifica "como inaceitável e desrespeitosa" a declaração feita hoje por Tripoli.

"Atitudes como essa não contribuem para o processo democrático", diz a nota. "O prefeito Bruno Covas já se desculpou, pessoalmente, com Boulos e espera que as campanhas, seus aliados e militantes mantenham o respeito e o bom nível que tem ditado o tom da campanha até aqui."

Apoios no segundo turno

Último a falar, Covas relembrou realizações de seu mandato em favor de idosos e não mencionou Boulos em seu discurso. Indiretamente, reforçou a afirmação de que o rival é radical ao dizer que "o radicalismo ideológico sabe criticar, mas não sabe convergir na busca de políticas públicas que são para todos e não apenas para seu grupo político".

Ao concluir seu discurso, conversou com a imprensa. Questionado sobre a busca de apoios para o segundo turno, disse que a missão foi entregue à coordenação de campanha. Ele reconheceu a necessidade de alianças porque não vencer no primeiro turno significaria que "ainda falta maioria".

Questionado sobre a relação entre o sindicato, filiado à Força Sindical, e seu principal expoente, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), Covas se irritou.

Interrompeu a pergunta para dizer que não recebeu o apoio formal nem da central sindical nem de Paulinho, que no final do mês passado virou réu na Justiça Eleitoral por caixa 2, corrupção e propina de R$ 1,7 milhão nas campanhas de 2010 e 2012.

"Eu recebi o apoio do Sindicato dos Aposentados, não tive o apoio oficial da Força ou do Solidariedade", disse.

Ainda hoje, Covas vai gravar o programa eleitoral às 17h antes de se reunir com vereadores eleitos pela coligação, às 19h, no diretório estadual do PSDB.

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