Covas nega uso político em ação da polícia em acampamento do MTST

Candidato à reeleição, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), negou hoje uso político da polícia ao prender, ontem, um homem por tráfico de drogas em um acampamento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), liderado por Guilherme Boulos (Psol), adversário de Covas no segundo turno da eleição.

Ontem, a Polícia Civil prendeu em flagrante um homem que traficava drogas na zona sul, ao dizer que ele estava em área ocupada pelo MTST na Vila Nova Palestina. Em nota, o movimento acusou o suposto uso da polícia, "sob comando do [governador] João Doria (PSDB)", para prejudicar Boulos.

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"Repudiamos (...) o uso político da Polícia Civil do Estado de São Paulo para tentar interferir, a 10 dias do segundo turno, nas eleições municipais desde ano", diz a nota da coordenação estadual do MTST.

"Sem politicagem"

Questionado sobre o assunto hoje em agenda de campanha, Covas negou uso político do caso ao dizer que o desmantelamento do tráfico é parte das atribuições da Polícia Civil.

"Eu não entendo como uso polÍtico uma ação da Polícia Civil, que é combater crime organizado, o tráfico de drogas", disse. "Agora não vamos explorar isso e dizer que isso tem qualquer envolvimento com o candidato adversário, aí seria politicagem."

Negros na prefeitura

Covas iniciou sua fala condenando o assassinato de um homem negro em um supermercado em Porto Alegre por um segurança e um PM na véspera do dia da Consciência Negra, celebrado hoje.

Questionado sobre a necessidade de maior representação de negros da administração municipal, Covas admitiu que falta diversidade no alto escalão de seu governo.

"Hoje a gente tem a superintendente da GCM (Guarda Civil Metropolitana), temos subprefeitos que são negros, mas é preciso e já assumi esse compromisso de ter mais negros no secretariado e alto escalão na prefeitura de São Paulo."

Na última pesquisa Ibope, divulgada na quarta-feira (18), o candidato do PSDB aparece com 47% das intenções de voto contra 37% de Guilherme Boulos, do PSOL.