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Tatto comanda sozinho carreata pró-Boulos e ataca Covas: "Usa nome do avô"

Jilmar Tatto (PT) exibe V de vitória, em referência ao candidato Guilherme Boulos (PSOL), que costuma posar dessa maneira para fotos - Wanderley Preite Sobrinho/UOL
Jilmar Tatto (PT) exibe V de vitória, em referência ao candidato Guilherme Boulos (PSOL), que costuma posar dessa maneira para fotos Imagem: Wanderley Preite Sobrinho/UOL

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

28/11/2020 16h35

Candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo ainda no primeiro turno, Jilmar Tatto (PT) comandou uma carreata de apoio a Guilherme Boulos (PSOL) que saiu do Grajaú, zona sul de São Paulo. O petista, que "pela primeira vez" votará em um candidato de outro partido, afirmou que Covas não se parece o ex-governador Mário Covas, morto em 2001: "Ele usa o nome do avô."

A região onde conduziu a carreata é conhecida como "tattolândia", devido à forte influência de sua família na política da região. Seu irmão, Arselino Tatto, vereador desde 1988, foi o mais votado do PT na região, extremo sul de São Paulo.

Tatto esperava dividir com Boulos o caminhão que liderou a carreata, mas o candidato não pôde participar após ser diagnosticado com covid-19. Ao todo, quatro carreatas saíram de Grajaú, São Mateus (zona leste), Campo Limpo (zona sul) e Brasilândia (zona norte) em direção à região da avenida Paulista.

"Boulos estava entre vir para cá e ir a Campo Limpo. Como ele fez Campo Limpo um dia antes, acho que ele viria pra cá", afirmou o candidato derrotado, que posou para fotos com simpatizantes.

Tatto disse ter visto ainda hoje uma carreata independente pró-Boulos na Vila Mariana, o que ele admitiu jamais ter visto.

"Eu nunca tinha visto político nenhum fazer. Isso mostra que a cidade toda está se movimentando", afirmou, ao ser questionado sobre a dificuldade de vitória de candidatos que chegam ao 2º turno atrás nas pesquisas.

"Você tem 70% da população que votou pela mudança (...) é desse eleitor que estamos atrás", disse, arredondando para cima o percentual dos que não votaram em Bruno Covas, mas em outro candidato (68%).

Tatto, que parecia animado com a carreata, negou frustração em ter de trabalhar por outro candidato na reta final da campanha.

"É um projeto progressista, em defesa da educação, fortalecimento do Estado (...), em defesa da democracia. Nós derrotamos o Bolsonaro no 1º turno, contra o Russomanno, e agora temos de derrotar o PSDB, o Doria e o Covas no 2º turno. Não tem mais partido, tem uma frente democrática", disse.

"Covas não é o avô"

Para Tatto, Covas não se parece com o avô, Mário Covas, "que era progressista, ele não é".

"A história do avô é totalmente diferente da história dele", afirmou. "Ele se juntou à escória do Doria, agora ao Russomanno. Eu não compararia (...) O Bruno Covas não é gestor, não é competente, não sabe articular a cidade e além do quê tem um víés de direita muito forte."

Eu sinto por isso, porque ele poderia fazer uma inflexão ao social, mas não fez. Ele usa o sobrenome do avô, eu concordo com o Boulos
Jilmar Tatto (PT)

Prevista para sair às 13h do Grajaú, a carreata só partiu por volta das 14h, pouco depois da chegada de Tatto. Com aproximadamente 100 veículos, no cálculo informal de organizadores, a fila de carros ocupou uma das quatro faixas da avenida Teotônio Vilela.

O percurso com destino à praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, passou também pelas avenidas Interlagos, Washington Luis, Moreira Guimarães, Rubem Berta e 23 de Maio.

O plano é Tatto, no final do percurso, se encontrar com a vice de Boulos, Luiza Erundina (PSOL), e com o também candidato derrotado Orlando Silva (PCdoB) em um ato final.

"Em uma caminhada no Largo São Bento, eu falava para o Orlando Silva (PCdoB) que, com quase 40 anos de militância minha, eu nunca votei num candidato de outro partido para prefeito. Ele me disse 'Você não sabe da minha emoção que, em 40 anos de PCdoB, eu nunca votei no meu partido, e [dessa vez] eu votei em mim mesmo'", contou. O PCdoB participa dos processos eleitorais no Brasil desde a legalização, em 1985 —portanto, há 35 anos.

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