Bruno Covas (PSDB), 40, e Guilherme Boulos (PSOL), 38, disputarão, daqui a duas semanas, o segundo turno das eleições paulistanas. O atual prefeito, eleito como vice na chapa de João Doria (PSDB) em 2016, tenta a permanência no cargo —obteve 32,86% dos votos válidos.
Boulos, em sua segunda disputa eleitoral, mesmo com horário eleitoral minguado (de apenas 17 segundos), chega ao próximo turno com 20,24%, impulsionado por uma forte campanha nas redes sociais e que avançou sobretudo nos últimos dias de eleição.
O resultado interrompe uma sequência de oito eleições em que o PT esteve ou na primeira ou na segunda colocação da eleição paulistana. O candidato do partido, Jilmar Tatto, não decolou e viu antigos militantes migrarem para Boulos.
A disputa, no entanto, repete no segundo turno uma fórmula que só não funcionou em 2016, quando Doria venceu no primeiro turno: um candidato com forte vínculo com os tucanos contra outro de esquerda. Foi assim em 2004, em 2008 (quando Gilberto Kassab, então no DEM, desbancou Geraldo Alckmin com o apoio velado de José Serra) e em 2012.
Boulos vai ocupar um lugar que era dos petistas desde 1988, quando foi eleita sua candidata a vice, Luiza Erundina. É a primeira vez que o PSOL chega ao segundo turno na eleição paulistana. Aproveitou-se do derretimento do candidato do Republicanos, Celso Russomanno, além do voto útil dos mais identificados com o petismo. Ainda na noite de domingo, recebeu apoios declarados do candidato derrotado do PT e do ex-prefeito Fernando Haddad.
Covas arrancou para a liderança nas últimas semanas, tirando Russomanno da liderança. Teve, como aliados, o maior tempo de TV e também a exposição provocada pela pandemia de coronavírus —desde março, esteve ao lado do governador Doria em entrevistas que foram diárias por meses.