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O que dizem Hang e outros empresários que estão em grupo que defendeu golpe

21.nov.2019 - O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, participa da convenção do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tenta fundar, no Hotel Royal Tulip, em Brasília, nesta quinta-feira - GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO
21.nov.2019 - O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, participa da convenção do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tenta fundar, no Hotel Royal Tulip, em Brasília, nesta quinta-feira Imagem: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL

18/08/2022 09h30Atualizada em 22/08/2022 08h05

Empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) defendem um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito nas eleições deste ano, revelou uma reportagem publicada pelo site Metrópoles ontem. Porém, eles negam que endossem um ataque à democracia.

Entre os nomes do grupo estão Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da administradora de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii.

Veja a seguir o que eles dizem:

Luciano Hang, dono das redes Havan

O empresário Luciano Hang não aparece nas mensagens reveladas pelo site endossando um golpe de Estado, apesar de integrar o grupo.

Ao ser questionado, Luciano Hang respondeu ao UOL:

Vejo que meu nome vende jornal e gera cliques. Me envolvem em toda polêmica possível, mesmo eu não tendo nada a ver com a história. Em momento nenhum falei sobre os Poderes. Inclusive, quase nunca me manifesto nesse grupo. Sou pela democracia, liberdade, ordem e progresso.

No grupo de empresários, o dono das redes Havan e apoiador de Bolsonaro declarou que, após a possível reeleição do presidente no pleito deste ano, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa hoje o governo de São Paulo, deveria ser eleito ao Planalto em 2026 e ser reeleito posteriormente.

"Aí não terá mais espaço para os vagabundos", acrescentou.

José Koury, Barra World Shopping

À coluna de Guilherme Amado, no site Metrópoles, José Koury, dono do Barra World Shopping, disse inicialmente não apoiar um golpe de Estado, porém, reforçou que "talvez preferiria" uma ruptura democrática ao retorno do PT ao poder.

Vivemos numa democracia e posso manifestar minha opinião com toda liberdade. Não disse que defendo um golpe de Estado, e sim que talvez preferiria isso a uma volta do PT. Para mim, a volta do PT será um retrocesso enorme para a economia do país.
José Koury, ao Metrópoles

Na mensagem enviada por Koury ao grupo, ele disse que "ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil" por causa de um golpe.

"Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo."

Morongo, dono da marca Mormaii

Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii, respondeu ao site afirmando que não vai apoiar atos "ilegítimos, ilegais ou violentos".

Sem acesso ao conteúdo ou à matéria que referes, informo que não apoiei, não apoio e não apoiarei qualquer ato ilegítimo, ilegal ou violento, e destaco que uso de figuras de linguagem que não representam a conotação sugerida.
Marco Aurélio Raymundo, ao Metrópoles

A coluna do Metrópoles revelou que Morongo enviou as seguintes mensagens:

  • Golpe foi soltar o presidiário
  • Golpe é o "supremo" agir fora da constituição
  • Golpe é a velha mídia só falar merd*

Meyer Nigri, fundador da Tecnisa

Meyer Nigri, da Tecnisa, comentou que, mesmo tendo "repassado algum WhatsApp" que recebeu, "não significa que eu falei ou concorde".

Já estou deixando claro que não afirmei nada disso. Só repassei um WhatsApp que recebi.
Meyer Nigri, ao Metrópoles

O empreiteiro encaminhou uma mensagem em oito de agosto com ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal). O texto, que não foi escrito por ele, tinha a chamada de "leitura obrigatória" e iniciava a mensagem com a frase: "O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil".

Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu

Afrânio Barreira, dono do Grupo Coco Bambu, defensor do presidente Bolsonaro publicamente, comentou a mensagem de Koury sobre preferir uma ruptura do que o retorno do PT com uma figurinha de um homem dando "joinha".

Porém, o empresário afirmou nunca ter se manifestado a favor de condutas não democráticas.

Nunca me manifestei a favor de qualquer conduta que não seja institucional e democrática. Fico surpreso com a alegação de que eu seria um apoiador de qualquer tipo de rompimento com o processo democrático, pois isso não corresponde com o meu pensamento e posicionamento.
Afrânio Barreira, ao Metrópoles

José Isaac Peres, dono da administradora de shoppings Multiplan

A assessoria de imprensa do grupo Multiplan explicou que o empresário José Isaac Péres está viajando e a assessoria responderia sobre o caso.

Ele [Peres] esclarece que sempre teve compromisso com a democracia, com a liberdade e com o desenvolvimento do país. Neste momento, ele está tratando de projeto empresarial no Rio Grande do Sul, onde a estimativa é de gerar investimentos de bilhões de reais e milhares de empregos.
Assessoria do grupo Multiplan, ao Metrópoles

Segundo a reportagem, o administrador de diversos shoppings no Brasil criticou as pesquisas eleitorais e as classificou como "manipuladas".

"O TSE é uma costela do Supremo, que tem 10 ministros petistas. Bolsonaro ganha nos votos, mas pode perder nas urnas. Até agora, milhões de votos anulados nas últimas eleições correm em segredo de Justiça. Não houve explicação."

André Tissot, do Grupo Sierra

A comunicação do Grupo Sierra, empresa que fabrica móveis de luxo, disse que o empresário André Tissot está viajando e não poderia responder a tempo da publicação da matéria do Metrópoles.

Tissot declarou no grupo de WathsApp:

  • O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo

  • [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais

Ivan Wrobel, da construtora W3

Por meio de nota, o empresário Ivan Wrobel disse que a informação de que ele defende uma ruptura institucional "trata-se de uma evidente fake news".

"Transmitir fake news a respeito de pessoas que levam uma vida correta, pagam seus impostos e contribuem com a sociedade não parece que seja um caminho que se deva perseguir", afirmou.

Já os empresários Carlos Molina e Vitor Odisio não responderam ao contato da matéria do Metrópoles. O UOL também tenta contato com todos os citados.