Lula gasta quase R$ 1 mi com propagandas online; foco é no Sudeste

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já gastou quase R$ 1 milhão com propagandas no YouTube e outras plataformas do Google para a campanha eleitoral deste ano. A maioria dos recursos é voltada para estados da região Sudeste, somando R$ 358 mil entre Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Até o início da noite desta terça-feira (23), foram gastos com publicidade R$ 981,5 mil em mais de 120 anúncios. De acordo com estatísticas da empresa, o maior valor desembolsado foi de R$ 493 mil, na última quinta-feira (18).

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Como os dados gerais podem atualizar antes dos valores de cada estado, é possível que em alguns momentos o valor total não acompanhe a soma de cada Unidade da Federação.

O segundo maior gasto foi destinado aos nove estados do Nordeste. O total chega a R$ 268,5 mil, sendo o maior investimento para a Bahia, com R$ 66 mil.

Para alcançar os eleitores dos estados do Sul foram destinados R$ 144,5 mil. Nos três estados do Centro-Oeste foram R$ 90 mil, e no Distrito Federal outros R$ 22,5 mil.

O menor gasto de todo o Brasil foi com o Acre: R$ 3,5 mil. Para a região Norte, o PT desembolsou, até agora, R$ 98 mil.

Confira os gastos para vídeos divulgados em cada estado e no DF:

• São Paulo - R$ 189 mil
• Rio de Janeiro - R$ 77 mil
• Minas Gerais - R$ 72,5 mil
• Bahia - R$ 66,5 mil
• Paraná - R$ 56,5 mil
• Pernambuco - R$ 52 mil
• Goiás - R$ 49,5 mil
• Rio Grande do Sul - R$ 48,5 mil
• Ceará - R$ 43 mil
• Santa Catarina - R$ 39,5 mil
• Pará - R$ 37,5 mil
• Amazonas - R$ 23,5 mil
• Distrito Federal - R$ 22,5 mil
• Paraíba - R$ 22 mil
• Mato Grosso - R$ 21,5 mil
• Maranhão - R$ 21 mil
• Espirito Santo - R$ 19,5 mil
• Alagoas - R$ 19 mil
• Mato Grosso do Sul - R$ 19 mil
• Rio Grande do Norte - R$ 17,5 mil
• Piauí - R$ 15 mil
• Tocantins - R$ 13 mil
• Sergipe - R$ 12,5 mil
• Rondônia - R$ 11 mil
• Amapá - R$ 5,5 mil
• Roraima - R$ 4 mil
• Acre - R$ 3,5 mil

Foco da publicidade

Um dos vídeos mais apresentados pela campanha - entre 8 e 9 milhões de vezes -, entre os dias 18 e 22 de agosto, é o que mostra Lula como responsável por sancionar a Lei da Liberdade Religiosa. O vídeo teve gastos na plataforma em torno de R$ 90 mil.

O conteúdo foi destinado a usuários da plataforma de todas as faixas etárias, todos os gêneros, e de todas as regiões do Brasil. O vídeo começa com um questionamento: "Lula vai fechar as igrejas evangélicas? É verdade ou mentira?" que é respondido pela mesma pessoa: "É mentira".

Também há um vídeo em que o próprio Lula fala diretamente aos eleitores evangélicos. Nesta versão, que teve cerca de 600 mil apresentações para todo tipo de usuário da plataforma, o ex-presidente ressalta que a igreja é um espaço para "a fé e a religiosidade" e "não é um partido político".

"Qualquer eleitor evangélico que tenha o mínimo de conhecimento sobre o Brasil sabe que nunca um governo os tratou com o respeito que eu tratei. Inclusive dando liberdade para eles que não tiveram em outros governos!", diz Lula.

O tema virou central na campanha desde que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), como o deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PL-SP), começaram a divulgar as fake news de que o petista fechará igrejas caso seja o vencedor nas urnas nas eleições de outubro.

Em resposta às falas de Feliciano, o PT negou que Lula vai fechar igrejas e lembrou que ele foi o responsável por sancionar a lei da liberdade religiosa, em 2003. Ainda, o partido destacou que foi o ex-presidente quem também aprovou a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009. Por fim, a sigla ressaltou que o petista "é cristão".

Os vídeos mais reproduzidos também têm como temas a fome, o aumento do armamento da população promovido pelo governo Bolsonaro, bem como uma comparação entre políticas públicas voltadas para as mulheres. Uma versão deste último tema foi destinada especificamente para mulheres de 25 a 64 anos, moradoras de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Lula lidera em dois estados do Sudeste

A última pesquisa Ipec (ex-Ibope), contratada e divulgada pela TV Globo em 16 de agosto, mostrou que o petista ainda enfrenta dificuldades no RJ, por exemplo, mas lidera em SP e MG. Entre os eleitores fluminenses, Lula empata com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na margem de erro, com 41% e 37% das intenções de votos, respectivamente.

O levantamento mostrou ainda que, nos dois maiores colégios eleitorais - São Paulo e Minas Gerais -, o petista lidera com 12 e 13 pontos percentuais de frente em relação ao atual mandatário. Lula obteve 43% das intenções de votos dos paulistas, enquanto Bolsonaro chegou a 31%. Em MG, são 42% para o candidato do PT contra 29% do concorrente pelo PL.