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Bolsonaro: Moro poderia ser meu vice se tivesse 'se mantido numa boa'

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

26/08/2022 12h59

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje, em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que pediu demissão em abril de 2020, poderia ser o candidato a vice na chapa à reeleição se tivesse ficado "numa boa".

Bolsonaro declarou considerar que "o poder subiu à cabeça" de Moro. Ele foi indagado pelos apresentadores do Pânico sobre a composição dos ministérios, neste e em um eventual novo mandato caso seja reeleito. Na versão do chefe do Executivo, o ex-ministro, também ex-juiz federal, passou a vida toda "dando canetada e os outros cumprindo".

Bolsonaro repetiu ainda que Moro tinha pretensões de ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o que Moro nega, e disse que ele "jamais passaria numa sabatina" no Senado Federal para ocupar a vaga.

Desde que tomou posse, em janeiro de 2019, Bolsonaro indicou os nomes de Nunes Marques e André Mendonça a cadeiras no Supremo. Ambos foram aprovados em sabatina.

Em 2018, durante entrevista ao Jornal Nacional, Bolsonaro sondou a indicação de Moro para o cargo de ministro da Justiça e disse que, por sua atuação como juiz, havia "perdido a liberdade no combate à corrupção".

"Ele não pode mais ir à padaria sozinho ou ir passear com a família no shopping sem ter aparato de segurança ao lado. É um homem que tem que ter o trabalho reconhecido. Pretendo conversar com ele brevemente, e já foi feita a sinalização positiva. Pretendo convidá-lo para o Ministério da Justiça ou - seria no futuro - abrindo uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que poderia trabalhar para o Brasil", disse à época.

Bolsonaro diz valorizar "lealdade" de Guedes. Falando sobre outros ministros, o presidente também elogiou a "lealdade" de seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

"A competência é importante? É, mas esse cara tem que tomar tubaína comigo", declarou.

Presidente chama Mandetta de "garoto-propaganda" da Globo. Bolsonaro voltou a criticar o papel do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta na condução do combate à covid-19 nos primeiros meses da pandemia e disse que ele se tornou um "garoto propaganda" da Globo na época.

Também insistiu na defesa do chamado tratamento precoce, termo que passou a ser utilizado pelo governo em ação de marketing favorável ao uso de de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19.

A entrevista com Bolsonaro na Jovem Pan atingiu mais de 500 mil visualizações simultâneas após 1 hora de exibição.