Toledo: Datafolha aponta 'sobrevida' da 3ª via com Tebet e Ciro em debate
Após o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado pelo pool formado por UOL, Band, Folha de S. Paulo e TV Cultura, o colunista José Roberto de Toledo, do UOL, avaliou que a terceira via ganha uma "sobrevida" com o bom desempenho de Simone Tebet (MDB) e de Ciro Gomes (PDT), e que Jair Bolsonaro (PL), por outro lado, não teve mais votos agregados.
Em conversa com o também colunista do UOL Kennedy Alencar, Toledo comentou os dados medidos pelo Datafolha, que questionou 60 pessoas em tempo real a respeito do debate. A pesquisa não é representativa da população brasileira e visa mostrar a percepção de indecisos ou dispostos a mudarem seus votos.
Terceira via vai bem e deve diminuir chances de eleição ser resolvida no 1º turno. A atuação de Tebet recebeu a melhor avaliação nos três blocos do evento. A candidata emedebista recebeu 43% dos votos, seguida de Ciro Gomes (PDT), com 23%. O petista Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro empataram na terceira posição, com 10%.
Para Toledo, com esse desempenho de Tebet e Ciro, as chances do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de levar a eleição no 1º turno, como chegaram a indicar pesquisas, continuam a cair.
Apesar disso, Toledo afirma que Simone Tebet tem mais chances de "roubar mais votos de Bolsonaro".
Mulheres são destaque do debate, e Bolsonaro vai mal ao atacar jornalista. O colunista também avalia que o direcionamento a pautas que impactam o público feminino teve o destaque do debate, em parte pela atuação de Tebet e Soraya Thronicke (União Brasil).
Um dos pontos, porém, foi um ataque a uma das jornalistas do pool de imprensa — Vera Magalhães, apresentadora do Roda Viva, da TV Cultura, alvo de ofensas ditas por Bolsonaro após fazer uma pergunta sobre vacinas.
"O Bolsonaro veio para tentar fixar eleitores que já tinha, falando de corrupção. Não agregou nenhum voto novo. Aumentou a sua rejeição, e com isso fica mais difícil ganhar um segundo turno. Sob esse aspecto, é de se perguntar por que fez sua estratégia e seguiu com ela até o final. Não reviu, por que será? Por que resolveu perder o debate?", disse Toledo.
Lula tem saldo "ligeiramente positivo". Sobre o ex-presidente, que está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, seguido por Bolsonaro, Toledo pontuou que o petista começou bem, mas que teve depois a avaliação diminuída devido à pergunta de Bolsonaro sobre corrupção.
"O saldo final é ligeiramente positivo [para Lula]. Ele foi muito mal na segunda rodada, quando [Bolsonaro] perguntou sobre corrupção para ele", aponta o colunista.
Bombig: Lula ficou emparedado com corrupção, e Bolsonaro, com mulheres
O colunista do UOL Alberto Bombig avaliou que Lula e Bolsonaro, que ocupam o topo das pesquisas eleitorais, foram "emparedados" por dois temas diferentes: corrupção e mulheres, respectivamente.
Bombig afirmou ter coletado impressões não tão boas da campanha do petista a respeito do desempenho do ex-presidente quando o tema foi corrupção.
Já em relação a Bolsonaro, Para Bombig e Kennedy, o ataque do presidente contra a jornalista Vera Magalhães foi um erro "monumental", seguido de um tom já agressivo do presidente no começo do debate.
Fabíola: Tebet disse que atacar Bolsonaro era 'estratégia'
A apresentadora do UOL Fabíola Cidral revelou após o debate presidencial que a candidata Simone Tebet (MDB) disse ter feito uma estratégia para mostrar o lado "descontrolado" do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Ela falou baixinho no meu ouvido que precisava confessar que planejou isso. Ela falou que sabia que Bolsonaro ia se descontrolar, mas disse ser muito grave a postura dele e que tudo foi planejado, ela queria mostrar esse lado do Bolsonaro", afirmou.
Vera sobre ataque de Bolsonaro: 'Não gosta de ser questionado por mulheres'
Ao fim do debate presidencial, a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, disse que o ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra ela o prejudicou, além de afirmar que ele "não gosta de ser questionado por mulheres".
"Ele teve uma atitude absolutamente descontrolada, desnecessária e, ao meu ver, prejudicial a ele mesmo", falou em entrevista ao colunista do UOL Kennedy Alencar na saída do debate. "Ele já fez isso em relação a mim e a outras jornalistas mulheres, é da natureza dele, ele não gosta de ser questionado por mulheres", afirmou a jornalista.
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