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Em resposta, Lula diz estar 'mais limpo do que parentes' de Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

29/08/2022 00h09Atualizada em 29/08/2022 01h32

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu o termo "ex-presidiário" usado por Jair Bolsonaro (PL) para se referir ao petista. Lula ganhou direito de resposta durante o debate presidencial após a fala do atual presidente.

Estou muito mais limpo do que ele ou qualquer outro parente dele. Porque fui julgado, considerado inocente pela Suprema Corte, pela primeira instância da ONU [Organização das Nações Unidas], pela segunda instância plena da ONU.
Lula durante direito de resposta

Preso para Bolsonaro ganhar: Lula voltou a dizer também que foi preso, em 2018, para Bolsonaro ganhar as eleições presidenciais. "Ele sabe a razão pelas quais fui preso. As razões pelas quais eu fui preso foi para ele se eleger presidente da República, porque era preciso tirar o Lula."

Lula foi preso em 2018 e saiu da prisão, em Curitiba, no fim de 2019. No ano passado, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) foi considerado parcial e os processos contra o petista foram anulados.

Estou aqui candidato para ganhar as eleições e, aí sim, em um só decreto vou apagar todos seus sigilos."
Lula

Sigilo de cartão corporativo: Bolsonaro também ganhou direito de resposta durante o debate quando foi criticado sobre o sigilo de 100 anos em seu cartão corporativo. O presidente se justificou dizendo que o sigilo ocorreu para sua "segurança".

Que moral tu tem pra falar de mim, ex-presidiário? Nenhuma moral. Sigilo de cem anos como na lei da Dilma [Rousseff] para questões pessoais, meu cartão de vacina ou quem me visita no Alvorada. Nada mais além disso."
Bolsonaro

Sobre o orçamento secreto, o atual presidente disse não ter "nada a ver com isso".

O orçamento secreto é um dos nomes atribuídos às emendas do relator, cujo código técnico é RP-9, e estão presentes desde 2020. Essa emenda é definida pelo deputado ou senador escolhido como relator-geral do orçamento a cada ano — em negociações informais e sem critério definido para quem e para onde o dinheiro será destinado. Ganham prioridade na fila, por exemplo, políticos aliados de integrantes do governo federal. Reportagem do jornal O Globo apontou que o PL de Jair Bolsonaro foi o partido com maior volume de indicações dessas emendas neste ano.

Mesmo após ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) para serem divulgados os nomes dos responsáveis pelas emendas, eles continuam sem transparência.

Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o veto de Bolsonaro a um dispositivo da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o que determinou que as emendas sejam executadas de acordo com a prioridade definida pelos parlamentares.

Neste mês, Bolsonaro sancionou com ao menos 36 vetos a LDO de 2023. Entre as questões mantidas pelo presidente na lei, estão presentes os pagamentos das emendas. O Congresso ainda vai analisar os vetos.