Oyama: Falta de marqueteiro de Bolsonaro no debate expõe crise na campanha

No último domingo, os candidatos à Presidência da República ficaram frente a frente pela primeira vez no debate organizado pelo UOL em parceria com a Band, Folha de S.Paulo e TV Cultura.

O clima foi de embate dentro e fora do estúdio e a ausência de Duda Lima, marqueteiro do presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou uma nova crise na campanha do candidato à reeleição, segundo a colunista do UOL Thais Oyama.

No dia do encontro, Duda não foi ao debate. Segundo Oyama, no lugar de Duda Lima, compareceu o também publicitário Sérgio Lima, próximo da família do candidato à reeleição. De acordo com a jornalista, os dois protagonizam um embate em torno do horário eleitoral gratuito.

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"A peça produzida por Duda foi criticada pelo núcleo ideológico que a considerou fria, pessimista e feita 'para ser aproveitada pela esquerda'. Duda está escanteado pelo presidente, que está comprando os ataques da ala ideológica ao marqueteiro indicado por Valdemar Costa Neto e apadrinhado pelo centrão', informou a colunista do UOL.

"Essas crises são comuns em campanha, principalmente quando o candidato está perdendo. Mas, no caso da campanha de Bolsonaro, elas têm sido mais frequentes que o normal", comentou Oyama, em participação no programa Radar das Eleições, do UOL. "Sergio Lima é o antagonista de Duda Lima nessa briga."

Ida de Bolsonaro a novos debates divide campanha, diz Carla Araújo

Também no programa O Radar das Eleições, a colunista Carla Araújo, do UOL, apurou que há uma divisão na equipe de Bolsonaro sobre a sua participação em novos debates. O destaque de Tebet e Soraya foi apontado por alguns auxiliares como um ponto negativo para que Bolsonaro continue indo em debates.

A jornalista informou que boa parte dos auxiliares acredita que o melhor é repetir a estratégia de suspense até o fim. No debate da Globo, na véspera do 1º turno, há chances de Bolsonaro ir, mas tem muito ministro que defende que ele vá apenas no segundo turno.

"Uma coisa que eles comemoram é que ninguém falou de urnas eletrônicas. Foi um tema que ficou fora e que há tempos a campanha comemora porque há tempos a campanha diz para Bolsonaro esquecer isso. Então, como os outros também esqueceram, o núcleo político da campanha comemorou. É muito dividido sobre a participação de Bolsonaro em novo debate", disse Carla.

Segundo a jornalista, o ministro Paulo Guedes é um dos defensores de que o presidente só participe desse tipo de programa no segundo turno. "O próprio Bolsonaro fez uma vacina ali no final, quando ele diz que a disputa presidencial já está polarizada. Então, o que dizem os que defendem que Bolsonaro não deve ir em novos debates e que o debate tem que ser com Lula. Então, eles acham que tem ser no segundo turno. Mas há outra ala que diz que tem muita campanha para acontecer e o debate da Globo é muito importante, como foi esse do UOL em parceria com a Band, Folha e TV Cultura"

Lula só deve ir ao debate da Globo, aponta Kennedy

Segundo o colunista do UOL Kennedy Alencar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só deve participar do debate na TV Globo, programado para 29 de setembro. Ao Radar das Eleições, ele afirmou que a equipe de campanha do petista negocia com a emissora adiantar a data do debate para que imagens possam ser usadas durante sua propaganda eleitoral. Além disso, o candidato do PT também foi aconselhado a descansar mais a voz, falar menos e falar mais baixo.

O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.

Quando: toda semana, às 10h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts. Veja a íntegra do programa: