PDT vai ao TSE para que Bolsonaro seja impedido de mentir sobre criar o Pix
O PDT acionou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja impedido de dizer que criou o Pix. Apesar de se apresentar como criador do sistema de pagamento, documentos analisados pelo UOL mostram que o BC (Banco Central) iniciou o processo de criação da plataforma em 2018, quando o órgão era chefiado pelo economista Ilan Goldfajn - durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
A peça cita uma "propaganda eleitoral irregular que está sendo veiculada no aplicativo Telegram". De acordo com o pedido, desde quarta-feira (31) o material está sendo distribuído com mensagens em que Bolsonaro se diz criador do Pix, o que o partido chamou de "desinformação" que já foi "desmentida por diversas vezes".
O documento também lembra que a informação foi veiculada durante a propaganda eleitoral obrigatória. As produções foram divulgadas na TV e também no canal dele no YouTube.
"Nós criamos em 2020. Você se lembra, né? A dificuldade para você fazer uma transferência de recursos", diz ele na gravação de 30 segundos. "É o nosso governo inovando".
Ou seja, o representado mesmo sabendo que não foi o responsável pela criação do pagamento instantâneo (Pix), fez questão de reiterar agora em sua propaganda eleitoral tais fatos sabidamente inverídicos
Pedido do PDT enviado ao TSE
"Desta forma, não se pode permitir que, sob as vestes da liberdade de manifestação, se promovam acintes à democracia brasileira, com a veiculação de fatos sabidamente inverídicos e gravemente descontextualizados e que tenham potencial lesivo para degradar a higidez e lisura do pleito eleitoral de 2022, razão pela qual vale-se desta", continua o texto.
Entenda a criação do Pix
O presidente não esteve envolvido na criação do sistema de pagamentos instantâneos. O Banco Central iniciou o processo de criação da plataforma em 2018, durante o governo Michel Temer.
O presidente do BC na época era o economista Ilan Goldfajn. Em maio de 2018, cinco meses antes de Bolsonaro ser eleito, o BC criou um Grupo de Trabalho denominado "Pagamentos Instantâneos" para produzir as especificações do sistema que viria a ser o Pix.
Integrantes da equipe responsável pelo Pix no BC dizem que, "em conceito, a ferramenta já existia desde 2016", três anos antes de o economista Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro em 2019, assumir a presidência do órgão.
Quando Bolsonaro foi abordado por apoiador sobre o modelo de pagamento pela primeira vez em 2020, ele demonstrou não saber do que se tratava. Na ocasião, ele achou que Pix fosse algo relacionado à aviação civil. Veja:
Bolsonaro então afirmou que não sabia do que se tratava. "Não tomei conhecimento, vou conversar esta semana com o Campos Neto", disse.
Seis meses após a sua implantação, o presidente ainda não tinha usado o pagamento instantâneo. Em live, ele disse que não usava o sistema. "Não tenho, tô a fim de fazer um aí. Cai dinheiro na conta da gente de graça? Se pedir, o pessoal bota? Vou fazer meu Pix aí", disse.
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