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Bolsonaro vai ao TSE para barrar propaganda de Lula sobre compra de imóveis

Advogados da campanha do presidente Jair Bolsonaro pedem que vídeo seja retirado imediatamente - Alan Santos/PR
Advogados da campanha do presidente Jair Bolsonaro pedem que vídeo seja retirado imediatamente Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em São Paulo

06/09/2022 09h55Atualizada em 06/09/2022 10h26

A equipe jurídica da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou ontem com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para barrar uma propaganda eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que replica a reportagem do UOL que mostra que ao menos 51 imóveis negociados por Bolsonaro e familiares foram adquiridos total ou parcialmente com dinheiro em espécie.

"A investigação da imprensa revelou outro escândalo: 51 desses imóveis foram pagos em dinheiro vivo, no valor atualizado de R$ 25 milhões. De onde vem tanto dinheiro vivo da família Bolsonaro? É um escândalo tamanho família", diz o vídeo de 30 segundos que começou a circular no fim de semana.

Para os advogados de Bolsonaro, o vídeo representa "verdadeiro discurso de ódio" para "erodir a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição", e pedem que o vídeo seja retirado imediatamente.

Eles argumentam que "'moeda corrente' diz respeito a quaisquer meios de pagamento, contanto que sejam em moeda nacional, ou seja, em reais".

"Em bom português, pagar em moeda corrente significa pagar em reais, seja por cédulas, cheques, transferências bancárias ou quaisquer outras modalidades de pagamento. Não significa, necessariamente, pagamento em "dinheiro vivo", algo que seria inusitado ou até mesmo suspeito", disseram.

Reportagem do UOL mostrou que, dos 107 imóveis negociados por Bolsonaro e familiares desde os anos 1990, quase metade foi comprada com uso de dinheiro vivo.

As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento "em moeda corrente nacional", expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões.

A reportagem procurou o presidente para perguntar o motivo da preferência da família pelas transações em dinheiro, mas ele não se manifestou antes da publicação da reportagem. Hoje, Bolsonaro disse que a apuração jornalística é uma "covardia".