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Pontes nega governo anticiência: 'Não me cabe julgar opiniões de Bolsonaro'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/09/2022 15h14

Marcos Pontes (PL), ex-ministro da Ciência e Tecnologia e atual candidato ao Senado em São Paulo, se esquivou de comentar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de covid-19. Questionado sobre as falas de Bolsonaro contra as vacinas e a ciência, Pontes afirmou que não lhe cabe julgar esse tipo de declaração feita pelo presidente. Além de ministro no governo de Bolsonaro, ele também tem apoio do presidente em sua candidatura ao Senado.

"Não me cabe comentar ou julgar e falar a respeito das opiniões do presidente. É melhor perguntar para ele mesmo isso aí [declarações durante a pandemia]. Obviamente não concordo com tudo", disse durante participação no UOL Entrevista.

Apesar de diversos cortes de recursos ao financiamento da ciência durante o atual governo, o candidato ao Senado defendeu Bolsonaro, dizendo que foi feito um alto investimento na produção de vacinas com tecnologia própria.

"Não vejo o governo contra a ciência, mesmo porque nós conseguimos inovações. Por exemplo, transformamos o Brasil em um país independente no desenvolvimento de vacinas. Hoje somos capazes de produzir vacinas com tecnologias nossas", disse em defesa ao governo.

Por fim, Marcos Pontes também reafirmou que pediu para que Bolsonaro se vacinasse contra a covid-19. "Já falei com ele várias vezes e gostaria que ele se vacinasse. Isso é importante principalmente para proteção, mas ele tem a opinião dele. O fato é que como presidente ele conseguiu comprar as vacinas através do Ministério da Saúde".

Pontes critica 'ideologia de gênero' nas escolas

Questionado durante o UOL Entrevista sobre o ensino de educação sexual nas escolas, Marcos Pontes se colocou contra a chamada "ideologia de gênero'' e destacou o papel da família.

"A escola é importantíssima na formação e instrução, então faz parte também a biologia e fisiologia. Mas também tem que se considerar que a família tem uma parcela muito importante na educação dos filhos para saber a respeito de atitudes e comportamentos", disse.

"Sou contra a ideologia de gênero no sentido de sexualizar as crianças, mas a gente tem que usar a instrução científica nas aulas de ciência para explicar como funciona o corpo humano, mas sem entrar em nenhum outro aspecto", complementou.

Marcos Pontes diz ser contra o aborto

"A lei já prevê casos em que o aborto é permitido. No caso de risco à mãe, crianças sem cérebro, por exemplo, ou em casos que sejam extremos e julgados pela justiça podem ser autorizados", disse em participação no UOL Entrevista.

O ex-ministro também apontou algo que vê como um "problema", que é não existir uma definição sobre a idade gestacional permitida para que o aborto seja realizado. "Não está previsto até que mês de gestação é permitido ou não esse aborto. O problema é não definir onde começa a vida propriamente dita".

Por fim, ele reforçou que não vê necessidade de uma alteração na legislação atual. "De forma geral sou contra o aborto por casos fúteis ou mudar isso para liberar completamente. A lei como está agora, está funcionando".

O UOL Entrevista vai ao ar às segundas e quintas-feiras, às 10h.

Onde assistir: ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do UOL Entrevista: