Marina Silva fecha apoio a Lula em encontro após anos de rompimento
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesse domingo com sua ex-ministra e candidata a deputada federal por SP Marina Silva (Rede) e conseguiu firmar o apoio dela à candidatura dele à Presidência —esse é o primeiro encontro formal entre eles em dez anos, desde o rompimento político. Os dois anunciaram uma entrevista juntos amanhã, quando devem anunciar oficialmente o apoio de Marina a Lula.
"Hoje, a meu convite, depois de muitos anos, reencontrei com Marina Silva. Relembramos da nossa história, desde quando nos conhecemos. Conversamos por duas horas e ela me apresentou propostas para um Brasil mais sustentável, mais justo e que volte a proteger o meio ambiente", disse Lula.
Marina resistia em se conectar novamente com o PT, mas amanhã deve anunciar o compromisso com a campanha de Lula. Com a formalização do acordo com Lula, a expectativa da Rede —partido fundado por Marina— é aumentar o número de parlamentares no Congresso com "puxadores de voto".
Nacionalmente, a integração da Rede à coligação em torno de Lula foi iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (Rede), um dos coordenadores da campanha do petista.
Também interessa a Marina a adoção de uma política de desenvolvimento sustentável no país, o que consta no plano do PT, com propostas de tolerância zero para garimpo, reformulação dos negócios na floresta, incentivo a indústrias mais compatíveis, como a farmacêutica ou de comércio, e a criação do chamado "crédito verde" —incentivo fiscal a empresas que atendam a regras ambientais instituídas.
O PT também prestigiou a Rede e o PSOL com a formação da política ambiental e de desenvolvimento sustentável no plano de governo de Lula, o que se soma ao desejo da candidata de reparar danos ambientais durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Rompimento de Marina com o PT
Marina assumiu o Ministério do Meio Ambiente em 2003, no primeiro mandato de Lula, e se manteve no cargo até 2008, quando saiu e alegou que os temas de sua pasta não eram prioridade no governo petista. Ela assumiu então uma vaga no Senado e, em 2010, começou a concorrer à Presidência.
A ex-ministra rachou definitivamente com o PT durante a disputa eleitoral de 2014 após as investidas das propagandas da campanha de Dilma Rousseff (PT) contra ela. Fora do segundo turno, apoiou Aécio Neves (PSDB) e cortou de vez os laços com o governo.
Anos depois do afastamento, o partido de Lula vinha tentado uma reaproximação com a candidata a deputada e, para as eleições deste ano, ela foi cotada como vice-governadora na chapa com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) para o governo de SP. Ela acabou não aceitando e concorrendo à Câmara na intenção de puxar votos para a Rede.
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