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Bolsonaro pode ter chegado ao 'teto' em pesquisas, diz cientista política

Colaboração para o UOL

14/09/2022 09h20

A cientista política Denilde Holzhacker participou do UOL News nesta quarta-feira (14) e analisou a nova pesquisa Genial/Quaest. De acordo com ela, o cenário de estabilização indica que Jair Bolsonaro (PL) praticamente chegou a um "teto" de intenções de voto. As variações acontecem apenas dentro da margem de erro, como ocorreu na nova pesquisa.

"Bolsonaro usou todos instrumentos que tinha - auxílio, recursos e 7 de setembro. E mesmo assim ele não conseguiu impulso que a campanha dele esperava. Havia a expectativa do 7 de setembro virar o jogo, mas não é o que as pesquisas têm demonstrado. Algumas demonstram pequena oscilação para cima, mas a de hoje mostra quase como ele já chegou no teto. Esse fator está ligado basicamente à rejeição do Bolsonaro. O governo dele tem alta rejeição", apontou Denilde.

Mas a cientista entende que Lula (PT) não deve vencer a disputa no primeiro turno, como espera o petista.

Inclusive é isso que aponta a nova pesquisa, pois as intenções de voto no ex-presidente não superam as intenções de voto nos outros candidatos.

"A eleição caminha para o 2º turno. As chances do Lula reverter esse cenário depende de conquistar votos dos indecisos e eleitores de centro. Parece que vai ser a estratégia a partir de agora para conseguir chegar bem", concluiu Denilde.

Josias: Bolsonaro já fez de tudo, mas o tudo parece não querer nada com ele, mostram pesquisas

Josias de Souza, colunista do UOL, também avaliou a pesquisa e concluiu que as ações de Bolsonaro não estão surtindo efeito nas pesquisas.
"Estamos a 18 dias da eleição. É pouquíssimo tempo para uma reação abrupta. O Bolsonaro utilizou todo o arsenal disponível. Ele derramou verbas públicas no bolso dos eleitores mais pobres. Está fazendo acenas ao eleitorado feminino. Está usando a mulher dele, que é evangelica, para acenar a esse público feminino e evangélico. E o último ato dele foi o aparelhamento polítco de uma data nacional. Embora Bolsonaro esteja fazendo tudo, tudo parece não querer nada com Bolsonaro. Ele vem crescendo no filme dos últimos meses, mas é um crescimento muito lento", explicou Josias.

Tarcísio deveria ser mais enfático sobre ataque contra Vera Magalhães

A cientista política Denilde Holzhacker também avaliou o debate entre candidatos ao governo de São Paulo, em que um acontecimento de bastidores chamou atenção: o ataque do deputado Douglas Garcia (Republicanos) contra a jornalista Vera Magalhães.

O candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgou uma nota de repúdio ao que fez Douglas, convidado dele no debate. Mas Denilde entende que só isso não é suficiente para evitar novos problemas parecidos.

"A nota do Tarcísio não é suficiente. Já é um sinal diferente do bolsonarismo. Mas acho que o Tarcísio teria que ter um papel mais enfático. Está sendo avaliado o deputado não participar mais de atos de campanha. Se o Tarcísio não tem uma atuação firme, que coloque um limite, isso vai se repetir. Notas de repúdio não têm impedido que pessoas continuem fazendo esses atos. Não acredito que vai ter algo além do que já foi feito", analisou Denilde.

Debate em SP: Garcia se surpreendeu ao ser atacado por Haddad e Tarcísio, diz cientista política

Em relação ao que aconteceu no debate, Denilde destacou que Rodrigo Garcia (PSDB) pareceu ficar surpreso com os ataques que recebeu de Fernando Haddad (PT) e de Tarcísio.

"Ele se surpreendeu ao ser atacado pelos dois. Ele parecia ter a estratégia de se aliar ao Haddad para atacar Tarcísio, mas durante o debate foi perdendo a situação. Foi questionado sobre governo, sobre questões ligadas ao irmão, sobre a história política dele, e isso parece que deixou ele acuado e muito na defensiva, claramente não conseguindo responder", declarou Denilde.

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