Topo

Carla: Bolsonaro quer ir a debate da Globo, mas mantém suspense estratégico

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/09/2022 11h37Atualizada em 21/09/2022 11h49

Integrantes da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disseram ao UOL que o presidente confirmou presença no debate do SBT e que o compromisso já está em sua agenda oficial. A apuração é da colunista Carla Araújo.

Nos últimos dias, auxiliares de Bolsonaro alinharam com os meios de comunicação os detalhes do debate na emissora paulista e avaliaram que a participação do presidente pode ser positiva para a campanha. A participação no debate da TV Globo, no entanto, é mantida em suspense.

"No debate do SBT, Bolsonaro decidiu que vai mesmo sem o Lula. No da Globo, eles vão fazer o mesmo suspense que fizeram no da Band. A tendência é que acabe indo sim", disse a jornalista, durante participação no videocast O Radar das Eleições.

Segundo a apuração de Carla, a decisão deve acontecer apenas nas vésperas do debate, marcado para o dia 29 de setembro.

"Aliados do Bolsonaro ficam fazendo esse enfrentamento com a Globo, mas sabem da importância desse debate. Bolsonaro está atrás nas pesquisas e precisa ir, ainda mais nas vésperas do dia da eleição", detalhou.

Kennedy: Inspirado nos EUA, Lula investe em peça para reduzir abstenção

Informações obtidas pelo colunista do UOL Kennedy Alencar mostram que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está focada no movimento pelo voto útil e para minimizar o número de abstenções no dia da eleição.

"A maioria dos pesquisadores diz que a abstenção é maior entre os mais pobres. Mas há estudos que apontam também que, em eleições passadas, houve abstenções relevantes no Sudeste, entre a classe média alta e as mulheres", disse Kennedy. "Entre os petistas, há o consenso de que é preciso incentivar o comparecimento das mulheres e dos mais pobres."

"Lula gravou uma peça de campanha específica para incentivar esse comparecimento. Em 2020, os Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, era muito importante para o Biden estimular o voto feminino e o voto negro", prosseguiu.

"A campanha do Lula está procurando dados recentes sobre abstenção no Brasil, estudar onde é maior e quais os motivos para tentar fazer uma campanha que aumente o comparecimento no dia da eleição", apurou o jornalista.

Oyama: Reuniões de debate da Globo têm clima tenso e reclamação do PT

A poucos dias das eleições, o clima nos bastidores esquentou e reuniões para definir os detalhes do debate da TV Globo foram marcadas por discussões entre os petistas, segundo apuração da colunista do UOL Thaís Oyama.

"Na semana passada, teve reunião no Rio. Rui Falcão, do PT, causou alarme na direção da emissora porque surpreendeu todo mundo ao dizer que o partido não concordava com a data, que já estava estabelecida há meses e não é algo que dá para mudar assim", contou a jornalista.

"Rui Falcão estava preocupado de que, sendo o debate dia 29, coincidiria com o último dia do horário eleitoral gratuito. As pessoas que estiveram nessa reunião ficaram com a impressão de que a ideia era usar o último dia do horário eleitoral para, eventualmente, aparar alguma aresta que tenha ficado no dia do debate", completou.

Em outra reunião, em São Paulo, Oyama falou sobre um "novo susto" nos bastidores provocado pelo assessor do PT Ricardo Amaral.

"Ele disse que Lula tinha sido injustiçado no debate da Band quando Bolsonaro se referiu a ele como 'ex-presidiário'. Ele pediu direito de resposta e não foi concedido", disse a jornalista.

"Então, a proposta do assessor era de que cada partido tivesse um representante na comissão que analisa o direito de resposta — o que é inviável".

Oyama ainda relatou que representantes de Lula e Bolsonaro defenderam a adoção de uma regra que, no terceiro e quarto bloco do debate, permitiria que alguns candidatos pudessem ser perguntados duas vezes. Isso implicaria o risco de outros não serem perguntados nenhuma vez. Houve uma votação e os dois foram derrotados pelo voto dos nanicos.

O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.

Quando: toda semana, às 10h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts.

Veja a íntegra do programa: