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Rosa Weber defende urnas e diz que fraudes ocorriam em votos de papel

24.ago.2022 - A ministra Rosa Weber, que assume a presidência do STF nesta segunda (12) - Fellipe Sampaio /SCO/STF
24.ago.2022 - A ministra Rosa Weber, que assume a presidência do STF nesta segunda (12) Imagem: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Do UOL, em Brasília

21/09/2022 15h36Atualizada em 21/09/2022 15h36

A ministra Rosa Weber, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), saiu em defesa das urnas eletrônicas nesta quarta-feira (21) durante encontro com a cúpula do Judiciário dos países do Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No evento, a ministra afirmou que, antes da adoção do equipamento, ocorriam fraudes por meio de votos de papel.

"O Brasil tem histórico de confiança no uso de tecnologia inovadora para solução de problemas institucionais. Talvez o caso de maior destaque, nesse ponto, se refira ao nosso sistema eleitoral, que substituiu a votação por cédulas de papel - que possibilitava muitas fraudes - por um método informatizado desde 1996, com a implantação do sistema de urnas eletrônicas auditáveis", afirmou Rosa.

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que desde o ano passado insiste em criticar as urnas, a ministra afirmou que o modelo eletrônico de votação permite a confiança e velocidade na apuração dos votos, garantindo a declaração de resultados no mesmo dia.

A presidente do STF relembrou que, em 2018, quando Bolsonaro foi eleito, foram contabilizados quase 116 milhões de votos.

"Trata-se de feito singular e que apresenta melhor performance quando comparado com quaisquer outros métodos, e cuja credibilidade e legitimidade são evidenciadas pela inexistência de demonstração efetiva de falhas no sistema ao longo dos quase trinta anos de sua aplicação", disse Rosa.

A declaração da ministra vem a menos de duas semanas das eleições e em um contexto de sucessivos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas. Crítico do sistema eletrônico, o presidente tem afirmado a apoiadores que aceitaria somente o resultado das eleições se elas forem "limpas".

Na semana passada, o TSE acatou uma das sugestões das Forças Armadas e adotará o uso de biometria no chamado "teste de integridade", realizado no dia das eleições. O projeto será conduzido em 56 urnas de 18 Estados e o Distrito Federal, o que corresponde a 8,74% dos 640 equipamentos que passarão pelo teste.