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Empresário bolsonarista que atirou em foto de Lula é alvo de apuração na PF

Luiz Henrique Crestani é empresário em Santa Catarina - Reprodução, redes sociais
Luiz Henrique Crestani é empresário em Santa Catarina Imagem: Reprodução, redes sociais

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

22/09/2022 17h12

O delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, chefe da segurança da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu hoje que a PF (Polícia Federal) abra um inquérito para investigar o empresário bolsonarista Luiz Henrique Crestani e sua mulher, que praticou tiro ao alvo em uma imagem do petista.

"Qual que é o ladrão? Estou na dúvida. Vamos ver onde a arma pega", diz Crestani, em vídeo publicado em seu perfil do Instagram, antes de disparar uma série de tiros com uma espingarda contra a foto do ex-presidente.

O pedido da PF é acompanhado de laudo pericial que comprova que as imagens não foram manipuladas.

Em nota, o empresário disse que não é a "favor da violência nem de agressões a quem quer que seja" e afirmou que retirou o vídeo do ar.

"O desenho utilizado na prática de clube de tiro está restrito às atividades internas e não deve ser entendido com qualquer outra conotação, sendo apenas usado em caráter recreativo, sem cunho político", disse.

Todos os presidenciáveis têm direito à proteção por agentes da PF, exceto o presidente Jair Bolsonaro (PL), que conta com proteção do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

A medida ocorre num momento em que o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria na noite de terça-feira (20) para manter a decisão do ministro Edson Fachin de restringir parte dos decretos firmados pelo presidente Jair Bolsonaro que facilitavam o acesso e o porte de armas no Brasil.

Por nove votos a dois, os ministros mantiveram que será preciso comprovar a necessidade da compra de armas - e não apenas apresentar uma autodeclaração - e também de portar a arma fora de sua residência. Além disso, as munições foram limitadas à necessidade proporcional de cada pessoa.

Fachin, em seu relatório, citou risco de violência política durante as eleições deste ano.

"Conquanto seja recomendável aguardar as contribuições, sempre cuidadosas, decorrentes dos pedidos de vista, passado mais de um ano e à luz dos recentes e lamentáveis episódios de violência política, cumpre conceder a cautelar a fim de resguardar o próprio objeto de deliberação desta Corte. Noutras palavras, o risco de violência política torna de extrema e excepcional urgência a necessidade de se conceder o provimento cautelar", escreveu o ministro.