Ciro não se posiciona sobre 2º turno; 'nunca vi uma situação tão complexa'

Após mais de 96% das urnas apuradas, Ciro Gomes (PDT) evitou declarar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL), os dois candidatos que irão disputar o segundo turno no fim de outubro.

Em coletiva curta, o ex-ministro disse: "Quero dizer que estou profundamente preocupado com o que está acontecendo no Brasil, nunca vi uma situação tão complexa".

Relacionadas

Tensão e 'decisão crucial': o que imprensa internacional diz sobre eleição

Apesar de temor de violência, eleições foram tranquilas, diz ONG

Pazuello, ex-ministro da Saúde, é eleito deputado no RJ; Queiroz fracassa

Reforçando que ainda não tinha um posicionamento, o pedetista afirmou ser necessário "falar com o partido" para "acharmos o melhor caminho para servir a nação brasileira".

Ciro acabou a eleição em 4º lugar, com 3,06% dos votos, ou seja, pouco mais de 3,4 milhões de votos.

Ontem, na véspera do primeiro turno das eleições, o candidato do PDT voltou a rechaçar qualquer chance de apoiar o PT em um eventual segundo turno. Nos últimos dias, Ciro foi pressionado por políticos e ex-aliados a abandonar a candidatura em prol da vitória de Lula no 1º turno, mas negou essa possibilidade.

Durante a campanha, o ex-ministro do governo Lula mirou tanto o petista quanto o atual presidente, chegando a chamar os dois oponentes de fascistas em podcast no mês passado.

Segundo turno apertado

O resultado de hoje para um segundo turno entre Lula e Bolsonaro frustra expectativas petistas de vitória em turno único ou a ida ao segundo turno com grande vantagem. As pesquisas indicavam as duas possibilidades, e o candidato trabalhou por este objetivo nas duas últimas semanas. Do outro lado, o resultado é comemorado pela equipe bolsonarista, que tem quatro semanas para reverter o cenário apontado hoje.

Com a apuração, o discurso antipesquisa do presidente ganha força, e a equipe de Lula —que estava otimista— recomeça a campanha preocupada.