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Com pressão por voto útil em Lula, Ciro rechaça PT: 'Em outra encarnação'

Ciro Gomes criticou voto útil - 26.set.2022 - Ronaldo Silva/Photopress/Estadão Conteúdo
Ciro Gomes criticou voto útil Imagem: 26.set.2022 - Ronaldo Silva/Photopress/Estadão Conteúdo

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Maceió

01/10/2022 22h56Atualizada em 01/10/2022 22h56

À véspera do primeiro turno das eleições, o candidato do PDT Ciro Gomes voltou a rechaçar qualquer chance de apoiar o PT em um eventual segundo turno. Nos últimos dias, o pedetista foi pressionado por políticos e ex-aliados a abandonar a candidatura em prol da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1º turno, mas negou essa possibilidade.

Neste sábado (1), Ciro retornou ao seu reduto eleitoral e participou de uma carreata em Fortaleza. Ao ser questionado sobre a relação entre o PDT e o PT no Ceará, ele afirmou que, caso o partido de Lula queira apoiar o candidato pedetista ao governo do estado, Roberto Cláudio, ele aceitará, mas o contrário, ele endossar alguma candidatura petista, "só na outra encarnação".

"Se o PT quiser nos apoiar, o Roberto Cláudio, nós aceitaremos. Mas eu apoiar o PT, só na outra encarnação", declarou.

O PT e o PDT romperam a aliança de 20 anos no Ceará após a sigla de Ciro se recusar a indicar a atual governadora, Izolda Cela, para tentar a reeleição. O embate provocou um racha na família Ferreira Gomes, após Ivo e Cid Gomes apoiarem o candidato do Partido dos Trabalhadores na disputa estadual, Elmano Freitas, que lidera a corrida.

Ivo e Cid participaram no começo da semana de um ato de campanha ao lado do ex-governador e candidato ao Senado, Camilo Santana (PT), em um episódio que Ciro classificou como uma "facada nas costas". Hoje, o presidenciável do PDT não contou com o apoio dos irmãos na carreata em Fortaleza.

Ciro em queda nas pesquisas e pressão por voto útil

Ciro Gomes vive um momento delicado em sua candidatura com tendência contínua de queda nas pesquisas eleitorais. Levantamentos divulgados pelos institutos Ipec e Datafolha hoje, mostraram que o pedetista caiu de 6% para 5% na preferência dos eleitores. Por outro lado, Lula soma entre 50% e 51% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro tem 36%.

A redução no número de eleitores que pensam em votar no presidenciável do PDT coincide com a campanha nas redes sociais pelo voto útil em Lula. Endossaram esse movimento celebridades que antes apoiavam o ex-ministro, como os cantores Caetano Veloso e Tico Santa Cruz, políticos proeminentes da América Latina e até filiados e ex-filiados de seu partido, que apontaram o fato de ele "não ter chances de ir para o segundo turno".

Irritado, o pedetista passou a criticar esse tipo de movimento e a acusar o PT de querer "calar" sua voz. O ex-ministro intensificou seus ataques ao Partido dos Trabalhadores e fez acenos cada vez mais evidentes à direita.

Conforme o Datafolha, 45% dos eleitores de Ciro Gomes dizem votar em Lula no segundo turno. Já 28% preferem Bolsonaro, enquanto 25% pretendem anular o voto.

O UOL questionou o PDT e a campanha de Ciro Gomes sobre qual será a posição do partido e do candidato na eventualidade de uma derrota pedetista e de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.