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Tebet aguardará MDB para anunciar quem irá apoiar no 2º turno: 'Tenho lado'

De Splash, em São Paulo

02/10/2022 22h44

Derrotada na eleição presidenciável de 2022, a candidata Simone Tebet, de 52 anos, se manifestou, na noite de hoje, para informar que já está decidida em quem irá apoiar para Presidente da República e cobrou o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e suas coligações uma decisão rápida sobre o nome que irão se aliar no segundo turno.

"Reconheço o resultado das urnas. A vontade soberana do povo brasileiro se fez presente nas urnas. O povo falou através do voto e nós acatamos a vontade soberana do povo. O povo brasileiro optou por dois turnos, mas fez eu e Mara [Gabrilli, sua vice] gigantes", declarou Tebet.

Com quase de 5 milhões de votos nas urnas, a candidata se diz orgulhosa com o resultado após ter enfrentado muita resistência para confirmar a chapa ao lado de Mara Gabrilli — principalmente quando esteve como pré-candidata e viu integrantes de seu partido sugerirem aliança com o PT.

"Foi muito difícil onde chegamos. A nossa candidatura foi fruto da nossa resiliência, da coragem e persistência de duas mulheres que entendiam que um Brasil, que é majoritariamente feminino, não podia diante de tanta complexidade, dor, desigualdade, retrocesso, não ter uma voz feminina. No caso, somos nós duas para falar do Brasil que queremos. Contra tudo e contra todos, saímos do zero e a cada passo tínhamos que justificar que a nossa candidatura era para valer e conseguimos fazer uma caminhada muito bonita. Estou muito feliz com o resultado que conseguimos obter", destacou.

Tebet aproveitou para avisar que já decidiu quem irá apoiar no segundo turno e deu o prazo de 48 horas ao seu partido e as coligações para se manifestarem se irão se aliar a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL) na disputa ao cargo de Presidente da República.

"Nós chegamos onde chegamos juntos. Estamos juntos no processo de segundo turno. Então, Roberto [Freire], acelere a decisão do Cidadania. Peço ao MDB que faça o mesmo. E ao PSDB e Podemos façam o mesmo. Só não esperem de mim, que tenho uma trajetória de vida de luta nesse país, omissão. Tomem logo a decisão porque a minha está tomada. Eu tenho um lado e vou me pronunciar no momento certo", destacou.

A advogada encerrou sua manifestação propondo que os eleitores façam uma reflexão sobre o que o resultado das urnas no primeiro turno da eleição presidencial trouxe como mensagem.

Eu só espero que vocês entendam que este não é qualquer momento no Brasil. É importante que a gente durma e olhe o resultado das urnas em cada estado, em cada voto que o cidadão deu, para a gente entender o momento de decisão e ação. Eu vou sempre estar do lado do povo brasileiro. Eu amo o meu país e coragem não me falta.
Simone Tebet

Quem é Simone Tebet?

Simone Tebet foi o nome escolhido pelo grupo de partidos intitulado de "centro democrático" para ser uma "terceira via" na próxima disputa presidencial.

O nome dela foi o único que se manteve como opção para PSDB, MDB e Cidadania, após João Doria (PSDB) desistir de concorrer - o PSDB confirmou o apoio. O quarto partido que poderia fazer parte do grupo, o União Brasil, abandonou o colegiado e apresentou o nome do presidente da sigla, Luciano Bivar.

Mãe, advogada, professora e senadora da República, Simone Tebet tem 52 anos e nasceu em Três Lagoas (MS). Senadora em primeiro mandato por Mato Grosso do Sul, é filha do senador Ramez Tebet, que também foi governador, ministro e presidente do Senado.

Aos 16 anos, foi aprovada na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), uma das mais conceituadas do país. Depois de formada, tornou-se professora universitária de direito público e administrativo, atividade que exerceu durante 12 anos em diferentes e renomadas instituições.

Durante esse período, também atuou como consultora jurídica e foi diretora da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, onde acumulou experiência técnica e vivência em gestão pública.

Carreira política

Em 2002, aos 31 anos, elegeu-se deputada estadual e em 2004 foi a primeira mulher eleita como prefeita de Três Lagoas. Em 2008, foi reeleita, com 76% dos votos válidos.

Em 2010, pediu licença do cargo e se candidatou a vice-governadora de Mato Grosso do Sul na chapa com André Puccinelli (MDB). Venceu e, pela primeira vez, uma mulher assumiu esse cargo no estado. Ocupou a Secretaria de Governo da gestão até o início de 2014, quando se candidatou à vaga de senadora da República. Puccinelli chegou a ser preso em meio a acusações de corrupção, mas teve as condenações suspensas pelo TRF (Tribunal Regional Federal).

No Senado, liderou a primeira bancada feminina da história e tornou-se presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Foi também a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça e a primeira mulher a disputar a presidência do Senado em 198 anos.

Votou a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Em dezembro daquele mesmo ano, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos, que foi aprovada e congelou gastos públicos.

Em outubro de 2017, votou a favor da manutenção do mandato do então senador Aécio Neves, derrubando decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) no processo em que ele foi acusado de corrupção e obstrução da Justiça por solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.

Em 2019, votou contra o Decreto das Armas do governo, que flexibilizava porte e posse para o cidadão. Em 2021, ela foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado Federal, sendo derrotada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG).