Essa eleição 'mostra a força do bolsonarismo', diz Tarcísio de Freitas
O candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro (PL), superou o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) e vai disputar o segundo turno na eleição pelo governo de São Paulo contra o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT).
Contrariando as projeções, Tarcísio chegou em primeiro lugar na disputa —as pesquisas indicavam vantagem do concorrente petista. O candidato bolsonarista teve 42,32% do total de votos (9.881.995). Haddad chegou a 35,7% (8.337.139) e Rodrigo, 18,4% (4.296.293).
Após a confirmação do resultado, Tarcísio concedeu entrevista coletiva e afirmou ter conversado com Bolsonaro após o resultado. Na visão do candidato, o PSDB perdeu porque "a população percebeu o esgotamento de um modelo".
"Há muito tempo o PSDB está no poder, cansa. E essa novidade a gente trouxe. São projetos que a população tem esperança que saia do papel."
Pela primeira vez em 28 anos, os tucanos não vão governar São Paulo —sem Rodrigo na disputa, o PSDB perde seu maior palanque eleitoral, reduz a projeção nacional e vislumbra um futuro incerto.
"O meu resultado em São Paulo foi extraordinário", disse Tarcísio. "A gente percebe uma característica liberal, conservadora no estado, [como] a eleição do Marcos Pontes no Senado."
Acabei de falar com ele [Bolsonaro], fizemos uma análise. Essa eleição mostra a força do bolsonarismo."
Se vencer no segundo turno, prometeu um planejamento em "direção de uma política social, que vai olhar para as pessoas em situação de rua, educação e segurança e geração de emprego". "Tenho certeza que esta é a aspiração do paulista."
Tarcísio disse ainda que pretende buscar aliança com prefeitos para o segundo turno: "Agora vamos sentar, vamos conversar bastante, buscar os prefeitos porque tem de trazer a garantia de que nenhum projeto será descontinuado", afirmou.
Questionado sobre as urnas eletrônicas, Tarcísio disse que nunca contestou o processo eleitoral. "Eu nunca botei em dúvida, a eleição transcorreu normalmente, vamos continuar trabalhando".
Pesquisas já o indicavam no 2º turno. As últimas pesquisas de intenção de votos divulgadas no sábado (1º) à tarde já mostraram que Tarcísio tinha vantagem relevante em relação a Rodrigo Garcia.
No Datafolha, ele aparecia com 31% dos votos válidos —que exclui brancos, nulos e indecisos—, e o tucano, com 23%. Na liderança, Haddad surgia com 39%. Já na pesquisa do Ipec, também por votos válidos, Haddad surgia com com 41%; Tarcísio 31% e Garcia 22%.
Voto no interior. Tarcísio votou por volta das 11h10 na escola Carlos Saloni, Jardim Apolo, na cidade de São José dos Campos, a 100 km da capital. O candidato chegou acompanhado da mulher, Cristiane de Freitas, e dos dois filhos do casal, além de apoiadores.
O candidato vestia uma camiseta amarela com uma imagem sua ao lado de Bolsonaro estampada no peito. Ele chegou a entrar na fila para votar, mas foi aconselhado pelos fiscais a passar na frente dos eleitores para evitar tumulto.
Depois da votação, o bolsonarista falou com a imprensa na porta da escola e tirou fotos com eleitores. Sobre a eleição presidencial, disse que Bolsonaro iria "muito bem". "Acredito que vai ter segundo turno", afirmou.
Ele aproveitou para almoçar na cidade antes de seguir para a casa do coordenador de sua campanha, Guilherme Afif Domingos, no Jardim Paulistano, zona sul da capital. Foi de lá que o candidato acompanhou o final da apuração ao lado da família, de Afif, de seu vice, Felício Ramuth (PSD), e de lideranças partidárias, como Gilberto Kassab, presidente do PSD, e Marcos Pereira, presidente do Republicanos.
Tropeços na campanha. A campanha de Tarcísio no primeiro turno teve uma série de percalços. Em um deles, o companheiro de partido e deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) agrediu verbalmente a jornalista Vera Magalhães no debate promovido por UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura em 13 de setembro.
Na semana seguinte, Tarcísio não soube responder o endereço da escola em que votaria. Em uma eleição em que foi rotulado de "forasteiro" por ter nascido no Rio de Janeiro e morar em Brasília.
A Promotoria Eleitoral chegou a pedir uma investigação à Polícia Federal depois que uma reportagem da Folha de S.Paulo revelou que Tarcísio não mora no apartamento que indicou à Justiça Eleitoral em São José dos Campos.
A Polícia Federal abriu inquérito, mas decretou sigilo antes de arquivar a apuração.
Na garupa do presidente. O último ato de campanha de Tarcísio foi ao lado de Bolsonaro durante uma motociata realizada ontem pela manhã na capital paulista.
A estratégia de associar o candidato ao presidente ocorreu desde o início da eleição. Os dois apareceram juntos no rádio e na televisão desde o primeiro dia da propaganda eleitoral além de repetir a dobradinha em redes sociais, motociatas e comícios.
Na avaliação da equipe de Tarcísio, a corrida pelo Planalto foi polarizada entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e este fenômeno se replicou em São Paulo.
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