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Câmara dos Deputados eleita tem menor taxa de renovação desde 1998

16 dez. 2021 - Sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília - Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
16 dez. 2021 - Sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília Imagem: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/10/2022 20h28

A taxa de candidatos que conseguiram se eleger para a Câmara dos Deputados, sem ter o mandato em exercício, foi inferior a 45%, segundo dados levantados pela reportagem do UOL. Os deputados que buscavam a manutenção de suas cadeiras sobressaíram nas eleições deste último domingo.

São 229 novos (44,64%) contra 284 reeleitos (55,36%).

Segundo cálculos feitos pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a renovação ficou abaixo da média histórica, que é de 45,78%, e se equipara com as eleições de 1998 e a de 2010.

Para apontar a renovação, o órgão leva em conta um dado diferente. Considera, para efeito de reeleição, os 598 deputados que exerceram mandato em algum momento da atual legislatura, não apenas os 513 titulares.

Por isso, segundo o Diap, foram 446 candidatos à reeleição, dos quais 286 foram reeleitos, o que equivale a uma taxa de reeleição de 64,12%.

Com uma taxa de 62%, o ano de 1990 continua sendo o que mais contou com novos deputados, impulsionado pela transformação dos territórios do Amapá e Roraima em estados.

O Acre foi o estado que apresentou a maior porcentagem de renovação, cerca de 90%. Das oito cadeiras disponíveis, apenas a deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos) alcançou a reeleição.

Com 75%, Amapá, Roraima e Sergipe completam a lista de estados com a maior taxa de renovação. Eles reelegeram apenas dois candidatos, das oito vagas disponíveis. Em Sergipe, Yandra de André (União Brasil) ultrapassou a faixa de 100 mil votos. Ela e a Delegada Katarina (PSD) são as primeiras deputadas federais do estado.

Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Tocantins foram os estados que apresentaram o maior equilíbrio entre candidatos que já estavam na Câmara e os que não estavam.

Na parte de baixo da lista, o Rio Grande do Sul preenche a vaga de estado com a menor taxa de renovação na Câmara (26%). Das 31 vagas, apenas oito são de novos candidatos.

Bahia também apresentou uma porcentagem baixa, cerca de 28% de renovação entre os deputados eleitos. Otto Alencar Filho (PSD) e Elmar Nascimento (União) foram os dois mais votados, ambos reeleitos.

Já o Senado teve uma taxa altíssima de renovação, com 80% de novos parlamentares. Ou seja, 13 nomes tentavam se manter em uma das 27 vagas em disputa. Apenas cinco deles foram reeleitos.

PL lidera em novos deputados

O PL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, foi o que mais elegeu novos deputados, cerca de 42%. Entre eles, estão o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (SP) e o ex-secretário de Cultura Mário Frias (SP), entre outros.

Em seguida vem o PT, com 35% dos seus eleitos considerados deputados novos.

Abaixo a lista com percentual de renovação por estado

  • Acre - 87,5%
  • Amapá - 75%
  • Roraima - 75%
  • Sergipe - 75%
  • Rondônia - 62,5%
  • Mato Grosso - 62,5%
  • Distrito Federal - 62,5%
  • Piauí - 60%
  • Alagoas - 55,5%
  • Espírito Santo - 50%
  • Rio Grande do Norte - 50%
  • Tocantins - 50%
  • Pernambuco - 48%
  • Goiás - 47%
  • Rio de Janeiro - 45,7%
  • Santa Catarina - 44%
  • Paraíba - 42%
  • São Paulo - 38,6%
  • Amazonas - 38%
  • Mato Grosso do Sul - 37,5%
  • Paraná - 36,7%
  • Maranhão - 33,4%
  • Minas Gerais - 32,2%
  • Ceará - 32%
  • Bahia - 28,4%
  • Rio Grande do Sul - 26%