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A favor de Lula, Frota sai do PSDB após apoio de Rodrigo Garcia a Bolsonaro

Frota diz que irá apoiar Lula no segundo turno da eleição presidencial - Reprodução/Twitter
Frota diz que irá apoiar Lula no segundo turno da eleição presidencial Imagem: Reprodução/Twitter

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/10/2022 15h27Atualizada em 04/10/2022 17h08

O presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, aceitou hoje o pedido de desfiliação apresentado pelo deputado federal Alexandre Frota (SP), que havia ingressado na sigla em 2019, após ter sido expulso do PSL. A saída ocorre depois de o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), declarar apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmar que votará em Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra Fernando Haddad (PT) para o governo do Estado no segundo turno.

"Agradeço a vossa senhoria pela oportunidade de ter integrado os quadros do PSDB, assim como também ao ilustríssimo governador Rodrigo Garcia. Mas, tendo em vista a manifestação declarada de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), não tenho como permanecer vinculado aos quadros do partido", disse Frota.

Garcia ficou em terceiro lugar no primeiro turno da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, depois de décadas de hegemonia do PSDB no governo do Estado. O apoio declarado de tucanos em São Paulo a Tarcísio e Bolsonaro representa um revés para as campanhas de Haddad (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também buscavam atrair a sigla.

Ontem, Frota havia usado suas redes sociais para declarar apoio ao petista no segundo turno e lamentou ter sido apoiador de Bolsonaro em 2018.

"Eu votei no primeiro turno no L. Jamais votaria no Bolsonaro e vou votar no Lula novamente. Vamos construir uma vitória ao lado dos que defendem um país melhor diminuindo a fome e a desigualdade social. Um país que respeite a diversidade e as mulheres. Errei em 2018", disse Frota.

Apoio de Frota vai de acordo com 3ª via

O apoio de Frota a Lula soma-se ao do Cidadania, que formou federação com o PSDB em torno de Simone Tebet (MDB-MS) no primeiro turno.

"Não sabemos qual será nossa posição a partir do próximo governo. Muito provavelmente continuaremos fazendo oposição, mesmo que Bolsonaro não seja reeleito. Em quatro anos, Bolsonaro demonstrou total falta de respeito às instituições democráticas. Por causa disso, votaremos no número 13", afirmou o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

"O desprezo de Bolsonaro às minorias, a condução desumana e incompetente da pandemia, que resultou em centenas de milhares de mortos, suas reiteradas tentativas de cercear órgãos de investigação, os ataques à imprensa e a jornalistas, nada disso merece mais quatro anos", afirmou o Cidadania em nota.

Cidadania tomou decisão de forma independente

A decisão do Cidadania foi tomada de forma independente do PSDB, sigla com a qual o Cidadania decidiu compor federação partidária no início deste ano.

"Vamos respeitar as decisões daqueles que não concordem com a decisão do partido. O PSDB tem dificuldade de fixar uma norma de apoio nacionalmente. Por isso, decidimos para que cada um dos partidos exerçamos nossa autonomia", afirmou Freire. "Nossa decisão não foi condicionada a coisa alguma."

Simone Tebet, candidata do bloco formado por Cidadania, PSDB e MDB, terminou a votação em terceiro lugar, com quase 5 milhões de votos.

Ciro também apoia Lula

Antes, o PDT e Ciro Gomes haviam declarado orientação de voto a Lula. "Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã. Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas", disse hoje o presidente da sigla, Carlos Lupi.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, o ex-candidato pedetista anunciou que seguirá o entendimento do partido.

"Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias. Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora", disse Ciro.

Segundo ele, a declaração de apoio não foi condicionada a cargos num eventual governo petista.

"Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha", afirmou.