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Integrante da 3ª via com PSDB e MDB, Cidadania apoiará Lula no 2º turno

Ex-presidente Lula em programa eleitoral de Major Denice (PT), em Salvador - Reprodução
Ex-presidente Lula em programa eleitoral de Major Denice (PT), em Salvador Imagem: Reprodução

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/10/2022 14h42Atualizada em 04/10/2022 16h42

O Cidadania decidiu hoje apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O atual chefe do Executivo representa valores contrários aos princípios democráticos, ao respeito às diferenças e aos direitos humanos, à defesa da ciência e da vida", afirmou a sigla em nota.

O presidente da sigla, Roberto Freire, negou que a orientação para voto em Lula represente uma adesão ao PT.

"Não sabemos qual será nossa posição a partir do próximo governo. Muito provavelmente continuaremos fazendo oposição, mesmo que Bolsonaro não seja reeleito. Em quatro anos, Bolsonaro demonstrou total falta de respeito às instituições democráticas. Por causa disso, votaremos no número 13", afirmou ao UOL.

No primeiro turno, Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%).

"O desprezo de Bolsonaro às minorias, a condução desumana e incompetente da pandemia, que resultou em centenas de milhares de mortos, suas reiteradas tentativas de cercear órgãos de investigação, os ataques à imprensa e a jornalistas, nada disso merece mais quatro anos", afirmou o Cidadania em nota.

A decisão foi tomada de forma independente do PSDB, sigla com a qual o Cidadania decidiu compor federação partidária no início deste ano.

"Vamos respeitar as decisões daqueles que não concordem com a decisão do partido. O PSDB tem dificuldade de fixar uma norma de apoio nacionalmente. Por isso, decidimos para que cada um dos partidos exerçamos nossa autonomia", afirmou Freire. "Nossa decisão não foi condicionada a coisa alguma."

A declaração de Freire vai na contramão do que decidiram os integrantes do Cidadania no Congresso Nacional, que optaram pela neutralidade.

Simone Tebet, candidata do bloco formado por Cidadania, PSDB e MDB, terminou a votação em terceiro lugar, com quase 5 milhões de votos.

PSDB ainda não tem posição formada. Os integrantes da Executiva Nacional da sigla tucana se reúnem hoje para deliberar sobre eventuais apoios no segundo turno.

Decisão ocorre após apoios de Ciro e do PDT

A declaração de apoio do Cidadania a Lula soma-se à do PDT, de Ciro Gomes.

"Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã. Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas", disse hoje o presidente da sigla, Carlos Lupi.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, o ex-candidato pedetista anunciou que seguirá o entendimento do partido.

"Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias. Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora", disse Ciro.

Segundo ele, a declaração de apoio não foi condicionada a cargos num eventual governo petista.

"Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha", afirmou.

O candidato do PDT foi o quarto candidato mais votado no primeiro turno das eleições 2022, com 3.599.287 votos, equivalente a 3,04%.